Joana Petiz - 20 jul. 08:08
Escolhas
Escolhas
Seria sensato apostar na criação de condições para captar investimento privado, português ou vindo de fora.
O último dia desta sessão legislativa confirmou o que têm sido estes quatro anos de governo encostado à esquerda. E que teve as suas virtudes, como conseguir manter as contas controladas e algum crescimento económico – em parte graças ao contexto internacional, em parte pela mão contida do ministro das Finanças, a quem até já fora da Europa há quem pisque o olho.
A questão é que Portugal, nestas condições e nestes anos, podia e devia ter evoluído mais e preparado melhor o futuro – que se prevê incerto e nebuloso, no novo equilíbrio geoeconómico que se vai desenhando e reposicionando as grandes potências.
Se não o fez, terá agora de acelerar, sacudir a poeira e traçar novos caminhos, nomeadamente passando ao topo das suas prioridades o investimento. Recuperar a ideia da terceira travessia do Tejo é tentador, mas terá o Estado – leia-se, chegarão as contribuições dos portugueses – margem para responder à urgência do novo aeroporto e a outras grandes obras?
Mais sensato seria apostar na criação de condições para captar investimento privado, português ou vindo de fora. É essa a discussão que vai marcar a rentrée. E as decisões dela decorrentes marcarão o caminho para uma economia animada ou anémica. Com eleições em outubro, é preciso cuidados redobrados nas escolhas que têm de ser feitas.