www.jornaldenegocios.ptPedro Santana Lopes - 23 mai. 20:40

A vida dos nossos descendentes

A vida dos nossos descendentes

Quando votarmos no domingo, ou se não votarmos, estamos a tomar uma opção sobre aquilo que queremos que se passe nos próximos 5 anos na relação de Portugal com a União Europeia.

Daqui a uns anos, talvez poucos, as pessoas perceberão a importância do voto nestas eleições europeias. Perceberão, nomeadamente os portugueses. Os que temos direito de voto, nestas eleições de 2019, vamos ter a enorme responsabilidade de contribuir, ou não, para salvar o projeto europeu e, ao mesmo tempo, para conseguir concretizar a luta que leve à melhoria das condições de vida dos portugueses.

Façamos um raciocínio eminentemente lógico: se elegermos os que já la estão há 10, ou 30 anos, será alta a probabilidade de eles fazerem diferente ou conseguirem diferente do que alcançaram até agora? É obvio que não. Adorava poder explicar isto a todos e a cada um dos portugueses porque tenho a certeza absoluta que, se pudessem todos ouvir, muitos seriam impelidos a mudar. É verdade que não é o Parlamento Europeu que governa mas, como é sabido, existem os processos de codecisão, entre outros e responsabilidades especiais em matéria orçamental. Um deputado europeu pode falar, pode dizer o que é preciso, frente a frente com os dirigentes da Comissão e os representantes do Conselho Europeu. Depois, a questão está no que cada um diz, ou no que cada um cala nessas oportunidades. Quem, em nome de Portugal, estiver em Estrasburgo ou em Bruxelas, tem de dizer bem alto que, ser europeísta é exigir maior igualdade, maior convergência económica e social, ao fim e ao cabo a tal coesão. O mais difícil é ser capaz de dizer isto estando-se do lado da Europa, da Europa do investimento, da Europa do crescimento, da Europa de mais e melhor produtividade.

Não se votando ou votando-se nos que lá estão há muitos anos, faltará pouco para Portugal descer os poucos lugares que faltam até ao ultimo lugar na escala do nível de desenvolvimento económico na União Europeia. É possível chegar-se a Bruxelas ou a Estrasburgo, sentar-se frente a frente com quem mais pode do outro lado da mesa e dizer com firmeza: somos democratas, somos europeus, queremos construir soluções. Mas temos de trabalhar, de uma vez por todas, para Portugal alcançar a média europeia no PIB per capita e na produtividade. Com metas bem claras, ano a ano, num projeto que não pode ser só português tem de ser também da União. Quando votarmos dia 26, não vamos decidir Marques, Rangel, Marisa ou Sande. Vamos contribuir para a decisão sobre o nível de vida que os nossos descendentes vão ter.

Advogado

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