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″É natural que se batam recordes de temperatura″

″É natural que se batam recordes de temperatura″

"É natural que sejam batidos recordes de temperatura máxima em alguns pontos do país, à semelhança do que já aconteceu no ano passado", explica o meteorologista Ricardo Deus. Portanto, tudo indica que será um verão quente mas, um verão quente em alinhamento com os últimos anos.

Em 2018, foram atingidos vários recordes de temperatura máxima em estações situadas em diferentes pontos do país, lembra o meteorologista Ricardo Deus, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). Este ano, é provável que volte a acontecer. A tendência tem ganho expressão, traduzindo a subida de um a três graus e de excecionalmente seis graus a que temos assistido, face ao que foi média em 30 anos.

Normalmente é este critério que suscita confusão: quando se fala em temperaturas mais elevadas, os técnicos têm como referência os valores médios de períodos longos, os últimos 30 anos.

Agora, ressalva Ricardo Deus, é "preciso ter precaução" nas previsões a longo prazo. No limite, exemplifica, "uma erupção vulcânica algures no planeta altera as flutuações de ar". Lembra como ponto base de entendimento: "A atmosfera é um sistema caótico e como tal o que tentamos fazer é dar-lhe alguma ordem num sistema". E há sempre um grau de imponderabilidade a considerar, apesar dos sistemas de vigilância sofisticados.

O exercício de previsão, explica, contempla fundamentalmente duas coordenadas: representação dinâmica da atmosfera e o histórico evolutivo das temperaturas. "E o nível de incerteza cresce à medida que o prazo se alonga". Daí que o IPMA opte por fornecer previsões a 10 dias, garantindo maior fiabilidade a três.

As temperaturas acima da média e os recordes que têm sido atingidos, sublinha, têm, inclusive, ido ao encontro "dos cenários para o clima estabelecidos pelo painel internacional para as alterações climáticas".

Enquanto para a temperatura o que faz regra é a anomalia positiva (acima da média dos 30 anos), para a chuva, encontramos o seu contrário. Prevê-se a este respeito, para este verão, menos períodos de chuva mas mais concentrados e intensos, afirma Ricardo Deus. E também aqui, é de esperar fenómenos similares aos que assolaram o país nos últimos anos.

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