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Mais de dois mil alunos aprendem a matéria em português e inglês

Mais de dois mil alunos aprendem a matéria em português e inglês

Este ano letivo, há no país 25 agrupamentos públicos que lecionam do Pré-escolar ao 3.º Ciclo disciplinas em regime bilingue, em inglês. São mais de dois mil alunos.

No ano passado, eram 18 escolas e há dois anos, quando arrancou o programa, eram 11. O objetivo do Governo é atingir 5% de escolas (cerca de 40 agrupamentos) até 2020. A meta foi incluída no programa de desenvolvimento para o Interior.

"A mais-valia e grande diferença deste projeto é que os alunos aprendem a língua inglesa integrada nos conteúdos curriculares. Aumentam os níveis de proficiência comunicativa, sem aumentarem a carga letiva. A língua é um instrumento de aprendizagem e não uma matéria de aula", sublinha Eulália Alexandre, subdiretora-geral da Educação, responsável pela coordenação deste programa.

5 a 12 horas semanais

A adesão ao projeto é feita por edital. A Direção-Geral de Educação (DGE) recomenda às escolas que comecem o programa no Pré-escolar e depois alarguem gradualmente às outras turmas.

No Pré-escolar, a língua inglesa é introduzida de forma lúdica, nas rotinas dos alunos durante cinco horas semanais, explica Eulália Alexandre. No 1.º Ciclo, são dedicadas entre 7 a 9 horas semanais. A maioria das escolas aposta no Estudo do Meio, mas também há experiências nas Expressões.

No 2.º e 3.º ciclos, as disciplinas mais escolhidas são História, Geografia ou Ciências. No 5.º e 6.º anos, podem ser atribuídas 9 a 10 horas e do 7.º ao 9.º, 11 a 12 horas semanais.

O Programa de Escolas Bilingues em Inglês (PEBI) começou com um projeto piloto em escolas de 1.º Ciclo. Esses alunos - que tinham aulas de Estudo do Meio e de Expressões Artística ou Educação Física em Inglês - concluíram o 4.º ano com um nível de proficiência superior ao dos outros colegas, que revelaram maiores dificuldades em participar numa conversa ou ler um texto, por exemplo.

"A avaliação deu boas indicações e decidimos continuar", sublinhou Eulália Alexandre, mencionando que, além dos níveis de proficiência, o estudo revelou que os alunos não prejudicaram as aprendizagens a Português ou a Matemática. Antes pelo contrário: revelaram resultados tão bons ou melhores que os outros colegas, além de uma maior motivação em aprender.

A subdiretora-geral considera, por isso, que o alargamento deste programa a mais escolas e ao interior "faz todo o sentido" por ser "mais uma oportunidade". A meta, no entanto, é mais um indicador, "um número que tinham como limite".

Falta estabilidade

Um dos constrangimentos identificados na avaliação feita ao projeto-piloto foi a mobilidade dos professores que faziam a formação do British Council e depois mudavam de escola. Eulália Alexandre assume que esse é um constrangimento do sistema educativo com o qual tem de lidar. "É uma matéria que ultrapassa este programa. Volta-se a fazer formação", sublinha.

A DGE está a ultimar a "estratégia de disseminação" e, a partir do final de outubro, fará a divulgação do programa pelas escolas do Interior, nomeadamente através de reuniões com diretores. No entanto, frisa a subdiretora, "tudo dependerá da vontade das escolas. Nada é imposto".

Formação

No ano passado, mais de 70 professores receberam a formação do British Council. Este ano são 80. Sem créditos para o programa, terão de ser os diretores a atribuir horas para reuniões e preparação.

Recomendações

A avaliação ao projeto--piloto, feita pela DGE, fez diversas recomendações como a atribuição de créditos horários ao programa, a estabilidade do corpo docente ou a integração do Inglês nos cursos para os professores de 1.º Ciclo.

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