expresso.sapo.pt - 19 out. 00:19
Agora, a presidente da associação de hotelaria só precisa que o ministro da Economia chegue a casa
Agora, a presidente da associação de hotelaria só precisa que o ministro da Economia chegue a casa
Dirigente da Associação Transparência e Integridade considera que “não é natural ter a presidente executiva da associação que faz o lobby do setor hoteleiro casada com o ministro responsável por definir as políticas de turismo e que afetam direta ou indiretamente a hotelaria”
Existe um "evidente" conflito de interesses na circunstância de a mulher de Pedro Siza Vieira, atual ministro da Economia, ser presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Esta é a opinião de João Paulo Batalha, presidente da Associação Transparência e Integridade (ATI), que, em declarações à TSF, afirma: "Até agora, a Associação da Hotelaria de Portugal, se queria influenciar o ministro [da Economia] marcava uma reunião com ele e ia falar ao gabinete. Agora só precisa que ele chegue a casa".
O dirigente da ATI considera que "não é natural ter a presidente executiva da associação que faz o lobby do setor hoteleiro casada com o ministro responsável por definir as políticas de turismo e que afetam direta ou indiretamente a hotelaria", de acordo com afirmações feitas àquela rádio. João Paulo Batalha acrescenta que à luz do "famoso código de conduta do Governo" um caso como aquele que é agora protagonizado pelo ministro da Economia e por Cristina Siza Vieira "devia ser prevenido e evitado".
Questionados pela agência Lusa sobre eventuais incompatibilidades por causa das relações familiares existentes, fontes oficiais do Ministério da Economia e da AHP garantiram estar afastado esse cenário. Fonte oficial do gabinete de Pedro Siza Vieira referiu que Cristina Siza Vieira é funcionária da AHP, que é uma "associação privada sem fins lucrativos", que não "visa benefícios próprios", mas antes "defender o coletivo" dos seus associados. A mesma fonte sublinhou que quaisquer entradas em concursos, por exemplo para financiamentos europeus, têm regras definidas e júris, o que pressupõe "escrutínio dos processos".