observador.pt - 19 set. 21:46
Presidente do Sudão pede retirada total da missão da ONU no Darfur
Presidente do Sudão pede retirada total da missão da ONU no Darfur
O Presidente do Sudão pediu a retirada total da missão de paz conjunta da União Africana e da Organização das Nações Unidas na região do Darfur, por considerar que a zona está "pacífica".
O Presidente do Sudão, Omar al Bashir, pediu esta quarta-feira a retirada total da missão de paz conjunta da União Africana e da Organização das Nações Unidas na região do Darfur (UNAMID), por considerar que a zona está “pacífica”.
Al Bashir defendeu a retirada das tropas internacionais durante uma reunião com uma delegação de lordes britânicos que visitou na terça-feira o Darfur, no oeste do Sudão, a quem transmitiu que a segurança na região é semelhante à de outros países em situação pós-conflito. “O problema do Darfur agora não é de segurança, mas a reabilitação dos deslocados e refugiados e proporcionar-lhes serviços, o desmantelamento de campos de deslocados e o regresso dos habitantes às suas povoações e reabilitar as cidades onde viviam”, disse al Bashir num discurso.
Os lordes, que visitaram o campo de deslocados de Abu Shuk, desaconselharam, em comunicado, o desmantelamento rápido da UNAMID para “não colocar em risco os progressos realizados”. A missão, iniciada em 31 de dezembro de 2007, é uma das maiores implantadas pelas Nações Unidas em todo o mundo.
Atendendo à melhoria do estado de segurança no Darfur, em 2017 começou um plano de redução de tropas, com fim previsto para 2020. Em 2007, a UNAMID contava com 15.845 militares e 3.403 polícias, sendo que atualmente tem 11.395 militares e 2.888 polícias. O Conselho de Segurança da ONU prevê que em 2019 estejam apenas 4.050 ‘capacetes azuis’ na região.
Apesar da melhoria ao nível de segurança, a ONU registou confrontos na zona do monte Marra, no Darfur Central, em junho. Darfur é cenário de um conflito entre movimentos rebeldes e o exército sudanês desde 2003, que já causou mais de 300 mil mortos. Atualmente, cerca de dois milhões de pessoas continuam deslocadas devido ao conflito, com 1,6 milhões destas a viver em 60 acampamentos, segundo dados da ONU.