José Ferreira - 19 jul. 09:36
A casa da corrupção
A casa da corrupção
Esta cultura de caciquismo, que se perpetua no tempo e vai gerando “jobs for the boys” tem de cessar, sob pena de um futuro absolutamente comprometido!
Sabemos, porventura – em alguns casos por ventura – bem demais, que a corrupção faz parte da nossa vivência.
Autores há, com os quais concordo em absoluto, que consideram que como qualquer outro tipo de criminalidade, económico-financeira ou não, esta faz parte da normal vivência em sociedade e é absolutamente essencial na manutenção do equilíbrio do tecido social e económico.
Apesar destas considerações, e aceitando-as ou não como verdadeiras, cabe às sociedades a regulação e a criação de mecanismos de controlo, combate e repressão destes comportamentos que, por via de regra, se consideram desviantes, por forma a manter a sustentabilidade dos regimes democráticos.
Nos últimos tempos, com particular incidência nos meses de junho e julho, diria que fomos quase assoberbados com notícias de buscas e mais buscas, operações atrás de operações – algumas até com nomes bastante sui generis – levadas a cabo pela Polícia Judiciária relativamente a investigações que ali se desenvolveram, respeitantes a vários crimes do chamado “catálogo” dos crimes económico financeiros, entre os quais, e mais representativamente, a nossa tão familiar corrupção.
Não deixa de ser triste, e simultaneamente alarmante, que muitas das investigações incluam como suspeitos e, em alguns casos, arguidos (sublinhe-se, suspeitos e arguidos e apenas isso, até trânsito em julgado de eventual condenação), indivíduos intimamente ligados aos aparelhos dos ditos partidos políticos do arco da governação e a instituições e organismos públicos, estes sustentados pelo dinheiro dos contribuintes.
É preciso forçar a disrupção desta linha de pensamento e forma de estar de quem nos representa e gere os dinheiros públicos pois caminhamos, lentamente, em direção à distopia absoluta.
Que é feito da integridade, da virtude, do sentimento de servir a causa pública?