Raquel Godinho - 18 jul. 21:13
Mudam-se os tempos, mudam-se os receios
Mudam-se os tempos, mudam-se os receios
A principal ameaça para os mercados financeiros é, neste momento, a guerra comercial. Algo que ficou mais uma vez evidente na última sondagem a gestores de fundos efectuada pelo Bank of America/Merrill Lynch.
60% dos inquiridos considera que este é o principal risco. E é preciso recuar a 2012 para encontrar um factor que concentre uma percentagem tão elevada de preocupação por parte dos especialistas. Na altura, a crise da dívida soberana era o aspecto que mais tensão causava, justificando a queda dos mercados accionistas e a subida das "yields" da dívida pública dos países do sul da Europa. Mas, desde então, muitos outros acontecimentos fizeram tremer os mercados: os receios sobre o abrandamento da economia chinesa, o resultado do referendo britânico, a vitória de Donald Trump nas eleições de 2016 nos Estados Unidos, entre outros. Mas nenhum conseguiu assumir a expressão que a crise da dívida soberana teve nas preocupações dos gestores de fundos. Até à actual guerra comercial. E esta perspectiva leva 28% dos inquiridos a defender a venda das acções europeias, demonstrando que o optimismo em relação ao Velho Continente está mesmo em mínimos de Dezembro de 2016.
Jornalista