www.dinheirovivo.ptAdelino Costa Matos - 17 dez. 17:34

Opinião. 2018: um bom ano em perspetiva

Opinião. 2018: um bom ano em perspetiva

Portugal reúne um conjunto significativo de startups de crescimento acelerado que atrai investidores internacionais, afirma Adelino Costa Matos

A recuperação da economia nacional prossegue de forma clara, sendo particularmente evidente em indicadores como o crescimento, o emprego, as exportações e o investimento. Além disso, o bom desempenho económico do país, o contexto externo favorável e a queda das taxas de juro das obrigações têm permitido equilibrar as contas públicas, registando-se notórios progressos ao nível do défice e um pequeno alívio da dívida, que deve ser prioridade para o novo ano.

Vários setores da nossa economia vivem um momento histórico em termos de competitividade internacional e capacidade exportadora, como é caso dos têxteis, do calçado, do agroalimentar, do mobiliário, da metalomecânica ou do turismo. Paralelamente, assistimos a uma vaga de empreendedorismo de base tecnológica, científica e criativa. A partir do conhecimento adquirido no ensino superior, muitos jovens estão a criar startups inovadoras, de média/alta intensidade tecnológica e orientadas para o mercado global.

No que diz respeito ao empreendedorismo, Portugal reúne hoje um conjunto significativo de startups de crescimento acelerado, cujo potencial tem atraído investidores internacionais. Algumas empresas de base tecnológica estão a levantar somas consideráveis em rondas de financiamento no exterior, logrando assim consolidar os respetivos modelos de negócio e alavancar a expansão das suas atividades.

Persistem, contudo, vários obstáculos à atividade empresarial, como as dificuldades de financiamento, o nível de endividamento das empresas, a burocracia, a lentidão da justiça e a elevada fiscalidade. São fatores que penalizam as empresas, mas que Portugal, considerando a evolução económica e a consolidação orçamental, está em condições de corrigir, ou pelo menos minorar, num futuro próximo.

Importa, aliás, melhorar o ambiente de negócios de forma a favorecer o rápido crescimento das startups e a consolidação das PME. Depois do boom de startups inovadoras, há que dar músculo a empresas em processo de aceleração e escalabilidade. É necessário captar capital, talento e conhecimento para que as nossas empresas de elevado potencial desenvolvam estratégias mais ambiciosas de crescimento e internacionalização.

Parece-me fundamental dar escala às PME portuguesas, designadamente estabelecendo parcerias que permitam a partilha de tecnologias, infraestruturas, know-how e capital humano numa lógica de clusterização. Neste sentido, há que fomentar a cocriação digital, firmando parcerias tecnológicas entre PME e startups no quadro da indústria 4.0. Por fim, é importante diversificar as fontes de financiamento das PME, através de um esforço de atração de investidores semelhante ao que tem sido feito para as startups.

Dito isto, estou confiante de que 2018 será um bom ano para a economia nacional. Quer as PME, quer as startups têm razões para estar otimistas, considerando a procura externa, a maior disponibilidade de capital para investir e o desenvolvimento do ecossistema empreendedor português. O nosso ecossistema está, de facto, a ganhar notoriedade internacional, com tudo o que isso significa em termos de captação de financiamento, apoio de mentores, networking e integração em redes de inovação.

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