www.jn.ptjn.pt - 22 jul. 20:40

Um MIMO para quem gosta de música

Um MIMO para quem gosta de música

Festival MIMO tem entrada gratuita e oferece ainda um festival de cinema, workshops e masterclasses e sessões de poesia. Festival regista já a maior enchente de público de sempre

O norte-americano Herbie Hancock acompanhado por Terrace Martin, com quem se encontra a gravar um disco novo, atua este sábado noite, a partir das 23.30 horas, no Festival MIMO, que decorre este fim de semana em Amarante com o apoio do JN.

Galardoado com 14 Grammys ao longo de uma carreira de várias décadas, raros artistas têm uma carreira tão rica quanto o pianista norte-americano Herbie Hancok. Em mais de 50 anos de música, Hancok viu o seu nome consagrado na década de 1960, como membro do antológico quinteto de Miles Davis. Depois encetou a sua própria carreira. Com seu funk jazz eletrónico, ganhou 14 Grammy (o mais recente, em 2016, pelo conjunto da obra) e um Oscar, pela banda sonora do filme "Round midnight" (1986), de Bertrand Tavernier. Entre seus clássicos, estão "Cantaloupe Island","Watermelon man" e "Rock it".

Depois de Hancock segue-se o Baile do Almeidinha, em que Hamilton de Holanda convida a cabo-verdiana Mayra Andrade. O programa deste sábado do MIMO contemplou ainda atuações do Coro de Câmara de Lisboa, do etíope Girma Beyènè com os franceses Akalé Wulé e da baterista francesa Anne Paceo.

O Festival Mimo Portugal encerra neste domingo com Manuel Cruz, ex- Ornatos Violeta. Antes da atuação da alma mater dos Ornatos, às 16 horas atua Filipe Raposo, na Igreja de S. Pedro, seguindo-se às 20 horas ALA.NI no Museu Amadeo de Sousa Cardoso. Depois, os concertos transferem-se para o palco principal, no Parque do Ribeirinho, com Ricardo Ribeiro às 20.30 horas, Rodrigo Amarante às 21.45 h horas, Céu às 23h e Manuel Cruz às 00.15 horas.

O MIMO'17 tem-se revelado uma festa pegada. Em qualquer canto do centro histórico de Amarante, faz-se a festa de copo na mão e ancas a gingar. Muita comida, muita bebida e música a rodos dão um ar democrático ao MIMO Portugal. O teto de lâmpadas na zona de restauração no Parque do Ribeirinho, que antecede a entrada no recinto do palco principal do MIMO"17, faz lembrar as festas típicas de bairro brasileiro.

A organização não tem números do público, até porque os espetáculos são gratuitos, mas comparativamente com a primeira edição do festival, no MIMO"17 a adesão popular subiu em flecha. Muitas famílias, muita gente jovem de copo na mão. Na sexta-feira, primeira noite do festival, a cidade encheu-se de público.

"Esteve muito mais gente que na principal noite do festival de há um ano quando atuou Pat Metheny", garantiu ao JN Carlos Moura, fotojornalista na cidade.

As atividades paralelas aos concertos do MIMO, como o Fórum de Ideias ou o Programa Educativo estão sempre esgotadas.

Violão - a linguagem do samba, workshop ministrado por Rafael dos Anjos, do Baile da Almeidinha, foi um dos exemplos a que o JN assistiu. Músicos portugueses, mas também brasileiros encheram uma sala do Centro Cultural de Amarante para aprenderem técnicas e os segredos da execução do violão, o instrumento por excelência da música brasileira.

Musicalmente, a primeira noite do MIMO"17, fez ouvir os blues do deserto do Sahara com os 7 tuaregues Tinariwen. O closeup africano fez as delícias dos fotógrafos.

Antes, Alexandre Soares provou que continua aí para as curvas. Faltou pouco para que o guitarrista tombasse no palco tal a intensidade que empregou na atuação. A voz de Ana Deus continua igual. Límpida.

A Nação Zumbi, banda precursora do manguebeat, fechou a primeira noite do Mimo.

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