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Relatório. China ultrapassa marco sombrio de 100 escritores presos

Relatório. China ultrapassa marco sombrio de 100 escritores presos

Pela primeira vez o número de escritores presos na China ultrapassou a centena, de acordo com a nova edição do relatório "Freedom to Write" publicado pela Pen America, esta quarta-feira. Escritores, jornalistas ou bloggers, quase metade das 107 pessoas que estão presas na China foram detidas por se expressarem online, muitas delas acusadas de "provocarem discussões e problemas". E o longo braço de Partido Comunista Chinês está já a estender-se para fora do país.
AFP Pelo quinto ano consecutivo, o Governo chinês é considerado o maior encarcerador de escritores e intelectuais do mundo, sendo responsável por quase um terço dos pelo menos 339 que estão detidos em todo o mundo por exercerem a sua liberdade de expressão.

De acordo com o novo relatório da Pen America, publicado esta quarta-feira, a China colocou atrás das grades 107 pessoas por expressarem a sua opinião, a maioria online de forma crítica em relação às políticas oficiais do regime chinês ou por expressarem pontos de vista pró-democracia. "Nem todas as pessoas detidas pela sua expressão online estarão aqui representadas", disse James Tager, o diretor da investigação da Pen America, ao jornal The Guardian.

Outras bases de dados, compiladas pela Repórteres Sem Fronteiras e que monitorizam o número de jornalistas e profissionais da comunicação social detidos na China, apontam para a superação destes números já em 2020.
Uma vez que o Índice da Liberdade de Escrever identifica casos de escritores, jornalistas, bloggers, mas também considera “comentadores em linha” que reconhece como bloggers ou pessoas que utilizam as redes sociais como principal plataforma de expressão.  "É certo que o número real de todos aqueles que são punidos pela sua expressão na China é muito mais elevado do que os números aqui representados, e isto sem contar com aqueles que são censurados ou que se censuram a si próprios por medo de uma punição formal”, explicou James Tager ao jornal britânico.
Desde que o presidente chinês, Xi Jinping, chegou ao poder em 2012 que o país reforçou ainda mais os controlos de censura sobre a Internet, os meios de comunicação e os editores, mas também tem expandido o seu aparelho de censura no estrangeiro para tentar limitar a expressão sobre a China além-fronteiras, denuncia o relatório.
Apesar do risco de censura, assédio, prisão e até desaparecimento forçado que enfrentam vários escritores, jornalistas, bloggers e artistas por causa da sua escrita ou expressão criativa, muitos na China e em Hong Kong continuam a exercer o seu direito à liberdade de expressão e a levantar a voz sobre temas considerados proibidos, como as políticas governamentais relativas à pandemia da Covid-19, os direitos das minorias étnicas e religiosas ou a questões sociais.
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