rr.sapo.ptrr.sapo.pt - 28 abr. 03:38

Ameaça de Sanchéz pode ser "estratégia para reforçar apoio popular", diz historiador

Ameaça de Sanchéz pode ser "estratégia para reforçar apoio popular", diz historiador

José Miguel Sardica não exclui, ainda assim, que este seja um pretexto para Sanchéz sair do governo para o Conselho Europeu - mas, se isso acontecer, o investigador não acredita que haja eleições antecipadas.

O historiador José Miguel Sardica considera que o afastamento de Pedro Sanchéz para refletir sobre uma poss��vel demissão pode ser uma estratégia para reforçar que tem o apoio do povo espanhol.

Este sábado,centenas de pessoas saíram à rua em Espanha, numa demonstração de apoio ao primeiro-ministro e com pedidos para que Sanchéz não concretize as ameaças de se demitir da chefia do governo. Estas manifestações de solidariedade surgem depois de o primeiro-ministro de Espanha ter anunciado que, devido a suspeitas de corrupção e tráfico de influências que envolviam a sua mulher, se ia afastar da vida pública durante alguns dias para ponderar a sua demissão.

Na perspetiva de José Miguel Sardica, historiador e investigador em Política espanhola, os protestos deste sábado poderão ser uma arma para Sanchéz reforçar o seu lugar à frente do executivo espanhol.

“A manifestação de hoje é um sinal de que Pedro Sanchéz ainda tem apoio. Ele agora fará a leitura que entender. Poderá aproveitar este este voto substantivo – de o povo espanhol estar solidário – para umaposição de força maior perante a justiça ou a direita”, defende.

Ainda assim, José Miguel Sardica não exclui que esta também tenha sido uma forma de o primeiro-ministro espanhol se posicionar na luta pela presidência do Conselho Europeu. Para o historiador, este pode ter sido “um pretexto para Sanchéz sair”, num momento em que “parece que António Costa vai à frente” na corrida para o cargo.

Quanto ao futuro político em Espanha, o investigador em história e política espanhola duvida que o rei Filipe VI eleições antecipadas, no caso de queda do governo – até porque uma nova ida às urnas poderá significar um crescimento da extrema-direita.

“Nada garante que de novas eleições saia uma solução estável, porque o último resultado eleitoral já causou um compasso de espera muito grande. Acho que Filipe VI não quererá isso, também porque, tendo visto o resultado de eleições intempestivamente antecipadas, esse cenário pode trazer um reforço de voto na extrema-direita. Aconteceu em Portugal com o Chega e pode acontecer em Espanha com o Vox”, remata.

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