www.sabado.ptAna Gabriela Cabilhas - 28 abr. 11:34

Europa nossa

Europa nossa

Opinião de Ana Gabriela Cabilhas

A União Europeia é o mais bem-sucedido processo de paz, num continente martirizado por guerras entre as suas nações. Uma União que se forja em motivos económicos, mas que, fundamentalmente, é um espaço de livre circulação, de afirmação das democracias liberais, da dignidade da pessoa humana e dos grandes movimentos de progresso social. A Europa ainda tem cidadãos que viveram as tragédias da Segunda Guerra Mundial, mas o sucesso do projeto europeu não pode ser contestado e a prosperidade que garante é celebrada, principalmente, pelos mais jovens.

Cada jovem que participa no programa Erasmus sabe que para lá de ser português, espanhol ou alemão, há um sentimento europeu que os une. Por isso, acredito no papel diferenciador que as novas gerações podem assumir nas eleições europeias. Recordo que os jovens europeus foram quem impulsionou as últimas eleições, com um aumento da participação eleitoral.

O histórico na abstenção não significa que os portugueses não se identificam com a Europa. Uma coisa só se torna ultrapassada quando passamos bem sem ela, e nós não passamos bem sem a União Europeia. Os jovens sabem disso. Também não temos quaisquer dúvidas sobre a grande influência que a União exerce sobre o nosso futuro, pelo que temos o dever de participar na construção contínua deste projeto, para que corresponda aos nossos ideais e expectativas.

O Partido Social Democrata está a assumir um compromisso claro com o futuro. Reconhece que os jovens são mais do que espectadores e que devem ter assento além dos conselhos consultivos. Está a apostar em novos protagonistas, numa nova geração de políticos, na renovação geracional. Está a dar sinais de esperança, a conduzir uma mudança e a trazer uma lufada de ar fresco à política nacional e europeia. Já tinha elogiado a escolha da jovem ministra Margarida Balseiro Lopes para tutelar o Ministério da Juventude e Modernização. Os bons exemplos continuam a somar-se e há mais um contributo do PSD para o rejuvenescimento da democracia - a aposta em Sebastião Bugalho como cabeça de lista da Aliança Democrática para as eleições europeias e, ainda, a presença de Lídia Pereira na lista, uma das únicas parlamentares portuguesas a renovar candidatura ao próximo mandato e líder da juventude do Partido Popular Europeu.

A Europa precisa de uma juventude forte, convicta e determinada. É esta a juventude apresentada por Luís Montenegro. Uma juventude com visão e capaz, que chegará a tantos outros jovens e que apresentará ideias de futuro para o sonho do projeto europeu e para os indissociáveis sonhos da nossa geração. Que combate os eurocéticos e os eurofóbicos que anseiam pela chegada ao Parlamento Europeu, e os slogans populistas, a desinformação e a demagogia que os acompanham. Que trata as alterações climáticas, as crises migratórias, a guerra às portas da Europa, os desafios demográficos, a inflação e as injustiças sociais com a responsabilidade e o empenho necessários, rejeitando soluções fáceis para desafios que sabemos serem complexos. Que contribui para agregar em vez de dividir e que luta por uma Europa de oportunidades para as novas gerações.

A declaração de Schuman foi o mote para uma Europa livre, democrática, de paz e segurança, de progresso e de direitos, a que muito devemos e que mais do que uma herança, queremos continuar a construir. Porque estar na Europa é construir um futuro melhor. E mais importante do que estar na Europa, é ser Europeu.

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