www.publico.ptpublico@publico.pt - 27 abr. 16:46

Farmácias. Dizemos sim à reinvenção do setor da Saúde

Farmácias. Dizemos sim à reinvenção do setor da Saúde

O alargamento de serviços às farmácias comunitárias tem um enorme potencial para se obter ganhos efetivos em saúde.

Num contexto de pressão contínua sobre a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), não pode haver posições de neutralidade ou passividade. Quem não se tornar parte da solução passará a fazer parte do problema.

Perante o desafio de um Plano de Emergência para a Saúde, as farmácias portuguesas respondem: conte connosco, senhora ministra.

As farmácias têm sido essenciais na resolução dos principais desafios em saúde pública que temos enfrentado. Assumiram um papel absolutamente fulcral na testagem durante a pandemia, bem como, mais recentemente, contribuíram com resultados históricos para a vacinação da população, quer contra a gripe quer contra a covid-19, em colaboração com o SNS.

Chegados aqui, é urgente investir em modelos de cuidados integrados para facilitar a prestação adequada de serviços de saúde e superar a fragmentação entre prestadores, promovendo a sua articulação e coordenação. Só assim será possível maximizar o potencial do sistema de saúde e responder de forma eficaz às necessidades das pessoas.

Os cuidados de saúde integrados, e a colaboração com o setor privado, podem colmatar falhas do sistema de saúde e reforçar a conveniência e a proximidade, em particular em zonas de menor densidade populacional. Nestes locais, a farmácia permanece de porta aberta, sendo, em alguns casos, o único serviço de saúde próximo da população.

Através da intervenção precoce na jornada de saúde das pessoas, podemos não só ajudar a prevenir a doença como retirar pressão aos cuidados de saúde primários e às urgências hospitalares.

Temos vários casos de sucesso desta integração: a campanha de vacinação sazonal, a renovação da terapêutica crónica e a dispensa de medicação hospitalar em proximidade. Mas há muitas outras áreas de intervenção que podem evoluir, como será a participação das farmácias em rastreios a nível nacional, de que é exemplo o rastreio do cancro colorretal, cuja deteção precoce pode contribuir para reduzir a taxa de mortalidade.

Por outro lado, enquanto porta de entrada para o sistema de saúde, as farmácias podem intervir de forma mais eficaz naquelas que são as situações que mais frequentemente levam as pessoas às urgências hospitalares ou mesmo a uma consulta médica não programada, como infeções urinárias ou infeções da orofaringe não complicadas, como já acontece noutros países. O farmacêutico tem competências para ir mais além e resolver esses casos na farmácia, ou referenciar para outro nível de cuidados, se necessário, sempre em articulação com as comunidades médica e farmacêutica.

É imperativo aceleramos o passo na reinvenção do setor. Reiteramos a disponibilidade, mas sobretudo a capacidade das farmácias para fazer parte deste projeto.

A autora escreve segundo o novo acordo ortográfico

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