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Cientista portuguesa diz que "extraterrestres verdes" afinal podem ser roxos

Cientista portuguesa diz que "extraterrestres verdes" afinal podem ser roxos

Na imaginação que atravessa os tempos, os extraterrestres, antes marcianos, têm cor verde. Contudo, podemos estar totalmente errados: roxo

Na imaginação que atravessa os tempos, os extraterrestres, antes marcianos, têm cor verde. Contudo, podemos estar totalmente errados e uma investigadora portuguesa, Lígia Coelho, olha para lá do verde da Terra. Purpura, os alienígenas podem ser de cor púrpura!

Extraterrestres: Púrpura é o novo verde

Quando olhamos para a Terra a partir do espaço, a cor verde significa vida. Representa as árvores, a relva, as colheitas e tudo o que cresce com a ajuda da clorofila. A clorofila é um pigmento que se encontra em quase todas as plantas que utilizam a fotossíntese para absorver a energia do Sol e transformar a luz em combustível. A clorofila também dá às plantas a sua cor verde. Mas em alguns ambientes na Terra sem luz solar ou oxigénio, a vida utiliza a radiação infravermelha para obter energia. E muitas destas bactérias são cor púrpuras.

E se a vida noutros mundos utilizar a radiação infravermelha em vez da luz solar?

De acordo com um comunicado de imprensa da Universidade de Cornell de 16 de abril de 2024, teríamos de procurar uma impressão digital de luz de um planeta roxo.

Lígia Fonseca Coelho, da Universidade de Cornell, afirmou:

A bactéria roxa pode desenvolver-se numa grande variedade de condições, o que a torna uma das principais candidatas à vida que poderia dominar uma variedade de mundos.

Lígia é a autora principal de um novo estudo intitulado Purple is the New Green. O Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters publicou o estudo, revisto por pares, em 16 de abril de 2024.

À procura de vida púrpura

Os investigadores afirmam que alguns dos telescópios da próxima geração poderão ser capazes de detetar a impressão digital da luz púrpura destes mundos. Com mais de 5.500 exoplanetas conhecidos, os telescópios terão muitos alvos. Alguns dos futuros observatórios que os irão estudar incluem o Extremely Large Telescope e o Habitable Worlds Observatory.

Ambos os telescópios - ainda não construídos - irão analisar a composição química dos exoplanetas na zona habitável das suas estrelas.

Enquanto os cientistas aguardam a construção destes telescópios, estão ocupados a construir um catálogo de cores e assinaturas químicas. Estas cores podem ser o que os diversos organismos de outros mundos apresentam na luz refletida de um exoplaneta.

Precisamos de criar uma base de dados de sinais de vida para garantir que os nossos telescópios não perdem vida se esta não se parecer exatamente com o que encontramos à nossa volta todos os dias.

Acrescentou a coautora Lisa Kaltenegger da Universidade de Cornel.

Os cientistas de Cornell mergulharam no seu trabalho de procura de bactérias púrpuras, incluindo amostras de um lago mesmo no campus. Tecnicamente, as bactérias roxas têm uma gama de cores que inclui o amarelo, o laranja, o castanho e o vermelho. Todas estas bactérias vivem em condições que utilizam luz infravermelha - ou calor - para sobreviver. A sua forma de fotossíntese absorve os infravermelhos sem produzir oxigénio.

Elas já se desenvolvem aqui (na Terra) em certos nichos. Imaginem se não estivessem a competir com plantas verdes, algas e bactérias: Um sol vermelho poderia dar-lhes as condições mais favoráveis para a fotossíntese.

Disse a investigadora portuguesa Lígia Coelho.

Assim, os investigadores pensam que as bactérias púrpuras seriam uma boa combinação para estrelas anãs vermelhas e frias. E as estrelas anãs vermelhas são o tipo de estrela mais abundante na nossa galáxia Via Láctea.

Usando modelos que simulam várias condições, os investigadores descobriram que:

... tanto as bactérias púrpuras húmidas como as secas produziram bioassinaturas intensamente coloridas.

E se encontrarmos um mundo púrpura?

Lígia referiu que vão usar as suas novas ferramentas para procurar bactérias púrpuras que se desenvolvam:

... uma Terra congelada, um mundo oceânico, uma Terra bola de neve ou uma Terra moderna a orbitar uma estrela mais fria.

Mas se virmos um ponto púrpura à volta de uma estrela, como é que sabemos que isso significa que existe vida?

O primeiro passo é que os investigadores tentem excluir outras fontes que possam ser responsáveis pela tonalidade púrpura. Isso incluiria minerais coloridos, outra área que os investigadores estão a catalogar.

Se detetássemos vida num único local do nosso vasto universo, isso sugeriria que a vida poderia estar disseminada no resto do universo.

Estamos apenas a abrir os olhos para estes mundos fascinantes que nos rodeiam. As bactérias roxas podem sobreviver e prosperar numa tal variedade de condições que é fácil imaginar que, em muitos mundos diferentes, o roxo pode ser o novo verde.

Explicou Kaltenegger.

Conclusão: A vida extraterrestre é roxa ou púrpura? Investigadores da Universidade de Cornell pensam que, no que diz respeito a mundos extraterrestres, o roxo pode ser o novo verde.

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