eco.sapo.pt - 2 out. 19:13
IA pode ajudar no combate à desigualdade de género nas tech
IA pode ajudar no combate à desigualdade de género nas tech
Este ano mais de mil fundadoras de startups vão marcar presença na cimeira tecnológica, a decorrer de 11 a 14 de novembro, em Lisboa. É o maior número de sempre, diz a organização.
As mulheres no setor tecnológico continuam a sentir-se mal remuneradas e sub-representadas, mas 68% olha com otimismo para a Inteligência Artificial e da automação como ‘ferramenta’ de combate à desigualdade de género na indústria, aponta o “Woman in Tech Survey”, da Web Summit. Este ano mais de mil fundadoras de startups vão marcar presença na cimeira tecnológica, a decorrer de 11 a 14 de novembro, em Lisboa.
Das mil mulheres do setor inquiridas, uma maioria (50,8%) relata ter experienciado sexismo no local de trabalho e 56% considera que a indústria não está a fazer o suficiente para combater a desigualdade de género no setor, mas também se mostram insatisfeitas com as ações do seu governo: 69% dá nota negativa. Quase metade (49,1%) sente-se pressionada a escolher entre a família e a carreira, mais 7% em relação ao ano passado.
Apesar disso, mais de 68% das participantes veem o impacto da IA e da automação como uma arma positiva no combate à desigualdade de género na indústria. A maioria das mulheres inquiridas (76%) sente-se capacitada para procurar e/ou ocupar cargos de liderança e 80% relata que há uma mulher na gestão de topo na sua empresa.
Maiores desafios para as mulheres no setor? Preconceitos de género inconscientes (63,8%), equilibrar exigências familiares e carreira (61,2%), falta de mulheres em lugares de liderança (53,2%), síndroma do impostor (49,5%) e criar uma rede de apoio (33,8%) estão no top 5 dos maiores desafios apontados pelas mulheres em 2024.
Mas cerca de um terço (29,9%) aponta o tema de assegurar financiamento para os projetos como um desafio e 10% trabalhar a partir de casa, indica o inquérito.
Os resultados do inquérito espelham dados mais globais. Uma análise do World Economic Forum, com base em dados da Pitchbook, revela que as startups fundadas por mulheres na Europa receberam apenas 1,8% do investimento venture capital e 2% nos Estados Unidos no ano passado. Em grandes empresas, as mulheres ocupam entre 26-29% dos cargos de liderança, aponta o Banco Mundial, destaca a cimeira.
Este ano, mais de mil fundadoras de startups mulheres participam na Web Summit em Lisboa – de um total de 3.000 startups participantes –, o maior número de sempre, destaca a organização da cimeira. Na edição deste ano no Rio de Janeiro, 45% das mil startups participantes tinham uma mulher entre os fundadores.