rr.sapo.pt - 2 out. 18:47
Sínodo solidário com o sofrimento dos países em guerra
Sínodo solidário com o sofrimento dos países em guerra
Como já aconteceu na última assembleia sinodal de 2023, os participantes sentam-se todos ao mesmo nível, em várias mesas redondas, espalhadas pelo grande espaço da Aula Paulo VI.
A abertura da primeira sessão do Sínodo ficou marcada por mais um apelo à paz. O cardeal Mario Grech, aecretário-geral da Secretaria do Sínodo, recordou a todos que, enquanto decorrem os trabalhos, se travam guerras em muitas partes do mundo. “Estamos à beira de um alargamento do conflito. Quantas gerações terão de passar, antes que os povos em guerra possam mais uma vez ‘sentar-se juntos’ e conversar entre si, para construir juntos um futuro pacífico?”, interrogou-se Grech.
“Unimo-nos às irmãs e irmãos presentes na sala, que vêm de zonas de guerra ou de nações que veem violadas as liberdades fundamentais dos seus povos. Através das suas vozes podemos ouvir os gritos e clamores daqueles que sofrem sob as bombas, especialmente as crianças, que respiram este clima de ódio.
Francisco, sentado ao lado do cardeal Grech, também discursou:
“A presença na Assembleia do Sínodo dos Bispos de membros que não são bispos, nem por isso diminui a dimensão episcopal da Assembleia”. E levantando a cabeça do texto, acrescentou: ”…digo isto porque se levantou por aí uma tempestade com alguns mexericos de um lado e do outro”.
O Papa explicou, então, que o facto de alargar a participação nos trabalhos do Sínodo, não põe limites nem derroga a autoridade própria de cada bispo e do colégio episcopal, “bem pelo contrário, isso assinala a forma como é chamado a assumir o exercício da autoridade episcopal, numa igreja consciente em ser constitutivamente relacional e, por isso, sinodal”, disse.
E, como se trata de um processo de aprendizagem, para a Igreja se conhecer melhor, “é-nos pedido exercitarmo-nos juntos numa arte sinfónica, numa composição que reúne todos ao serviço da misericórdia de Deus, segundo os diferentes ministérios e carismas que o bispo tem o dever de reconhecer e promover. Caminhar juntos, todos, todos, todos”, afirmou.