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Israel contou com a ajuda dos EUA, do Reino Unido e de França para repelir o ataque do Irão

Israel contou com a ajuda dos EUA, do Reino Unido e de França para repelir o ataque do Irão

Navios da Marinha norte-americana e caças da Força Aérea britânica tiveram participação activa na intercepção e neutralização dos mísseis disparados pelo Irão. França diz que “mobilizou recursos”.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) contaram com a ajuda das Forças Armadas dos Estados Unidos, do Reino Unido e de França para repelirem o ataque de terça-feira do Irão contra o território israelita, que envolveu o lançamento de cerca de 200 mísseis balísticos pelos Guardas da Revolução da República Islâmica.

Depois de Joe Biden, Presidente norte-americano, e de o Pentágono terem confirmado a participação da Marinha de guerra dos EUA na defesa de Israel, John Healey, ministro da Defesa do Reino Unido, revelou que as “forças britânicas” também “desempenharam o seu papel em tentativas de prevenir uma nova escalada”, e Emmanuel Macron, Presidente francês, disse que a França “mobilizou os seus recursos militares” para o mesmo efeito.

O ministro britânico agradeceu, por sua vez, a “coragem e o profissionalismo” de todos os soldados “envolvidos na operação”. E já depois de a BBC ter noticiado que a participação do Reino Unido incluiu o emprego de caças da RAF (Força Aérea), tal como aconteceu no anterior ataque iraniano contra Israel, em Abril, o Ministério da Defesa ofereceu mais esclarecimentos sobre o contributo britânico na terça-feira.

Através de um comunicado, o ministério informou que foram utilizados dois caças Typhoon e um avião-tanque de reabastecimento aéreo Voyager. “Devido à natureza deste ataque, [os aviões] não atingiram quaisquer alvos, mas desempenharam um papel importante na dissuasão mais alargada e nos esforços para evitar uma nova escalada”, explicou.

No ataque iraniano de Abril também tinham sido mobilizados aviões de guerra Typhoon, que estavam integrados na Operação Shader – uma missão militar contra o grupo islamista Daesh –, para interceptar e neutralizar drones iranianos no espaço aéreo do Iraque e da Síria.

Keir Starmer, primeiro-ministro do Reino Unido, assegurou que o seu Governo “apoia Israel e reconhece o seu direito a autodefesa face à agressão” do Irão.

A par de um comunicado publicado pela presidência de Macron, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de França disse apenas que o país “participou através de meios militares no Médio Oriente para responder à ameaça iraniana”. Mas não explicou quais foram os meios.

Relativamente à participação norte-americana no apoio às IDF contra o ataque do Irão, o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA ofereceu alguns pormenores. Segundo Pat Ryder, foram mobilizados dois navios de guerra destroyers – o USS Bulkeley e o USS Cole – que estavam estacionados no Leste do mar Mediterrâneo, que dispararam “aproximadamente uma dezena” de mísseis interceptores contra os projécteis iranianos.

De acordo com Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Administração Biden, o Presidente e a vice-presidente, Kamala Harris, acompanharam o ataque do Irão e a resposta de Israel e dos seus aliados a partir da Casa Branca.

Mais tarde, congratulando-se com a “derrota e a ineficácia” do ataque iraniano, Biden sublinhou que se tratou de “uma prova da capacidade militar israelita e das forças armadas dos EUA”.

“É também uma prova do planeamento intensivo entre os Estados Unidos e Israel para antecipar e defender um ataque descarado que já esperávamos”, acrescentou, afiançando ainda: “Não tenham dúvidas: os EUA apoiam totalmente, totalmente, totalmente Israel.”

Para além do envolvimento directo dos dois destroyers norte-americanos, a defesa do território de Israel, em grande medida assente na eficácia do Iron Dome (Cúpula de Ferro) israelita, também contou com sistemas antimísseis e de defesa aérea desenvolvidos ou fabricados pelos EUA, nomeadamente o Arrow 1 e o Arrow 2, o David’s Sling e o Patriot.

Justificado pelo Irão como uma “vingança” pelas mortes de Ismail Haniyeh, líder do Hamas, e de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, o ataque de terça-feira contra Israel surgiu cerca de 24 horas depois de as IDF terem invadido o Sul do Líbano, para levar a cabo “ataques limitados, localizados e direccionados a alvos” da milícia xiita libanesa, apoiada por Teerão.

Segundo as IDF, os cerca de 200 mísseis balísticos disparados pelos Guardas da Revolução causaram danos “menores” a infra-estruturas civis e danificaram algumas bases aéreas israelitas, que “não impedem”, no entanto, “as operações da Força Área em nenhuma fase”.

A invasão israelita do Líbano e os bombardeamentos a Beirute e a outros pontos do país, assim como o ataque aéreo do Irão a Israel, representam mais uma escalada da tensão no Médio Oriente, que continua a ter a Faixa de Gaza como um dos principais palcos de conflito armado e de catástrofe humanitária da região, por causa da guerra israelita no enclave, em resposta ao ataque do Hamas do dia 7 de Outubro do ano passado.

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