Ricardo Costa - 30 set. 06:54
Política e IA: um novo passo no processo de decisão
Política e IA: um novo passo no processo de decisão
A inteligência artificial, devidamente articulada no processo de decisão política, pode diminuir o erro e permitir mais e melhor serviço às pessoas
e, entre outras vantagens, pode mesmo prestar informação em tempo real, nomeadamente para uma gestão mais eficiente dos recursos. Pode ainda aproximar os decisores políticos e os cidadãos, com a vantagem de ser um verdadeiro auxílio na tomada das (melhores) decisões, a partir dos dados que sustentem a formulação de políticas. Aqui, entramos numa outra noção não menos importante: a participação política, que a inteligência artificial tem também a capacidade vantajosa de poder fomentar e potenciar.
A comunicação política é também um plano possível de aplicação da inteligência artificial. Os riscos são mais iminentes, por serem mais difíceis de controlar e pela facilidade de disseminação da contrainformação ou de notícias falsas, não raras vezes através de conteúdos audiovisuais aparentemente realistas. Sobretudo, porque o combate político pode incorrer na tentação de manipular e a inteligência artificial e os seus mecanismos podem ser subvertidos, deturpando discursos, com a mesma voz e os mesmos movimentos. Não obstante, a relação da inteligência artificial com a comunicação política também tem um lado positivo. Seja pela possibilidade de análise de dados ou pela personalização e adaptação eficazes da mensagem política, a inteligência artificial faz parte da comunicação política de hoje, contribuindo para o sucesso eleitoral.
Há uma tendência clara de consolidação e de aplicação da inteligência artificial às mais diversas áreas. Creio que em todas elas o principal objetivo é comum: otimizar processos, potenciando a eficácia e a eficiência. Não sendo imediato nem linear, o caminho tem sido percorrido de forma mais acelerada do que lenta, na saúde, na educação, na indústria e na economia, como na política. Os limites das suas vantagens estão na ética e no equilíbrio da articulação com a inteligência humana, sempre ao serviço das pessoas, do seu bem-estar e da sua felicidade.
Ricardo Costa é deputado socialista à Assembleia da República