observador.pt - 18 set. 16:48
Abstenção do PSD ajuda PS a travar audição da ERC no Parlamento sobre Rodrigues dos Santos
Abstenção do PSD ajuda PS a travar audição da ERC no Parlamento sobre Rodrigues dos Santos
Votos contra de PS e a abstenção do PSD travam requerimento da Iniciativa Liberal que queria ouvir a ERC sobre a condenação a Rodrigues dos Santos pela postura na entrevista a Marta Temido.
A audição da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) no Parlamento sobre a condenação a José Rodrigues dos Santos foi chumbada esta quarta-feira. O requerimento, da autoria da Iniciativa Liberal, só teve os votos favoráveis de IL e Chega. A abstenção do PSD e os votos contra do PS e Livre foram suficientes para travar a audição dos responsáveis da ERC na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.
No requerimento, os liberais lembraram que a deliberação da ERC “avaliou a pertinência de três queixas relativas à alegada falta de rigor e isenção do entrevistador José Rodrigues dos Santos na condução da sua entrevista à cabeça de lista do PS nas europeias, Marta Temido” e concluiu que o jornalista se afastou ‘’registo de factualidade e das regras de condução da entrevista jornalística’’, prejudicando ‘’o direito dos telespectadores de serem informados.’’
A IL recorda, depois, que num artigo publicado no Observador a 25 de agosto de 2024, o jornalista alegou que “não só algumas das suas palavras não foram bem transcritas, nomeadamente no ponto 44 da deliberação, como não violou qualquer dos seus deveres deontológicos na condução da entrevista, tendo procurado apenas confrontar a entrevistada com os dados de que dispunha.” Num requerimento subscrito pelos oito deputados da IL, é destacado que “este conflito é da maior relevância para a Assembleia da República.”
A IL, escrevem os deputados, considera que “qualquer pronunciamento, por parte de entidades públicas, referente à pertinência ou adequação da conduta de jornalistas deve ser cuidadosamente avaliado antes da sua emissão, atendendo à suscetibilidade das liberdades que podem estar em causa.” Daí que a audição na AR fosse “fundamental” para que pudesse ser esclarecido “em audição se a deliberação em causa interferiu ou não com a liberdade jornalística do visado e, por consequência, da própria RTP.