eco.sapo.pt - 18 set. 16:06
UE vai financiar três projetos ambientais em Angola em 2025
UE vai financiar três projetos ambientais em Angola em 2025
Os três projetos, na área de proteção da biodiversidade, da economia azul e circular, totalizam quase 100 milhões de euros e serão iniciados no próximo ano.
A União Europeia (UE) vai financiar com quase 100 milhões de euros, em 2025, três grandes projetos em Angola na área de proteção da biodiversidade, da economia azul e circular, avançou esta quarta-feira a embaixadora Rosário Bento Pais.
Rosário Bento Pais participou na conferência internacional sobre o ambiente, com o tema “O Planeta em Chamas: Direitos em Extinção”, promovida pelo Mosaiko – Instituto para a Cidadania e a Fundação Fé e Cooperação (FEC). Em declarações à imprensa, a embaixadora da UE em Angola disse que a União Europeia tem vários projetos em curso de sensibilização com a sociedade civil, na área técnico-profissional, relacionados com a reciclagem e colheita de plásticos.
Para o próximo ano está previsto o início do projeto de proteção de parques nacionais na zona do Corredor do Lobito, de 25 milhões de euros, denominado “Património Natural de Angola: Governação e Ecoturismo em Áreas de Conservação”, que visa promover experiências de ecoturismo emblemáticas, como a observação da icónica Palanca Negra Gigante, e incentivar a proteção de aves, entre outros.
Um segundo projeto na área da economia azul tem como objetivo a proteção da biodiversidade marinha e o desenvolvimento económico e sustentável de toda a zona costeira de Angola. O terceiro é relativo à economia circular, denominado “Apoio à Modernização da Cadeia de Valor da Gestão de Resíduos Sólidos e Adoção de um Modelo Económico Circular”, com o qual se pretende apoiar a transição e aumentar a sustentabilidade, atraindo investimento privado e criando empregos verdes.
Os três projetos totalizam quase 100 milhões de euros e serão iniciados no próximo ano, disse Rosário Bento Pais, realçando que terá início igualmente em 2025 um projeto na área técnico profissional, que inclui também o ambiente e proteção da biodiversidade, para capacitação e formação.
Instada a comentar a situação das queimadas em Angola, a embaixadora da UE em Angola disse que é uma problemática mundial, que deve passar por uma grande sensibilização das populações, por dar alternativas e práticas agrícolas mais sustentáveis. “Passa por um conjunto de medidas e nós estamos dispostos a apoiar o Governo de Angola nessa capacitação e essa formação”, declarou.
Na intervenção na abertura da conferência, Rosário Bento Pais disse que a UE está comprometida com a luta contra a crise climática e a defesa dos direitos humanos. Segundo a embaixadora da UE em Angola, é imperativo que se encare a crise climática como um desafio ambiental e como uma questão de justiça social e económica, porque os mais afetados, a população vulnerável, são os que menos contribuíram para esta situação.
“Isso inclui comunidades indígenas, mulheres, crianças e povos em situação de pobreza extrema. É nosso dever garantir que as suas vozes sejam ouvidas e que os seus direitos sejam protegidos”, frisou.
A UE está empenhada em liderar a transição para um futuro sustentável e Angola, com uma biodiversidade rica e vastos recursos naturais, desempenha um papel crucial nesta luta, disse Rosário Bento Pais, destacando que o futuro do país depende não apenas da gestão responsável dos seus recursos, mas também da proteção dos direitos das suas comunidades e cidadãos.
Angola e a União Europeia têm desde 2012 um acordo político denominado Caminho Conjunto, que tem a sustentabilidade ambiental e as alterações climáticas como uma das áreas cruciais de abrangência, sendo a componente ambiental intrínseca em todos os projetos financiados pela UE e particularmente pela delegação em Angola.