observador.ptobservador.pt - 18 set. 00:42

IL quer Governo a pedir à UE para declarar Guarda Revolucionária iraniana organização terrorista

IL quer Governo a pedir à UE para declarar Guarda Revolucionária iraniana organização terrorista

Canadá e Reino Unido já reconheceram Guarda Revolucionária iraniana como organização terrorista. Iniciativa Liberal faz pressão junto do Governo para que União Europeia possa fazer o mesmo.

A IL pediu esta terça-feira ao Governo que inicie os procedimentos junto do Conselho da UE para declarar a Guarda Revolucionária do Irão como organização terrorista, salientando que seria um passo para “limitar a ação do regime teocrático” iraniano.

Em declarações aos jornalistas, o deputado da Iniciativa Liberal (IL) Rodrigo Saraiva salientou que o partido já tem apresentado várias iniciativas sobre o Irão, tendo igualmente apadrinhado prisioneiros e escrito uma carta ao embaixador do Irão em Portugal.

“É chegada a hora de darmos um passo em frente e aquilo que vamos fazer é a apresentação de um projeto de resolução para recomendar ao Governo que, junto do Conselho da União Europeia (UE), inicie o procedimento para que a Guarda Revolucionária do Irão seja considerada uma entidade terrorista”, afirmou.

Rodrigo Saraiva salientou que países como o Canadá e o Reino Unido já o fizeram, e acrescentou que a Austrália avançou recentemente “com algumas sanções específicas sobre as pessoas da Guarda Revolucionária do Irão”.

“É um passo que nós achamos que deve ser dado e que Portugal deve dar esse sinal junto dos seus parceiros europeus e junto da comunidade internacional (…) para que depois possam ser aplicadas mais sanções, sobretudo ao regime teocrático via Guarda Revolucionária”, referiu, acrescentando que o Governo deve fazer parte do esforço para limitar “a ação do regime teocrático do Irão”.

O deputado da IL fez este anúncio depois de, na segunda-feira, no âmbito das jornadas parlamentares do partido, ter organizado uma mesa redonda sobre direitos humanos, no dia em que se assinalaram dois anos desde a morte de Mahsa Amini, que contou com a participação da pianista iraniana Aida Sigharian e de Christian Höhn, presidente da associação Venexos, que apoia venezuelanos residentes em Portugal.

Nessa mesa redonda, Aida Sigharian referiu que, após a morte de Mahsa Amini, “os jovens iranianos mostraram uma coragem impressionante” e “perderam o medo”, continuando a “lutar pela liberdade” até hoje.

A pianista iraniana, residente em Portugal, disse que a situação que se vive no país “é muito difícil” – com internet bloqueada, repressão e execuções de dissidentes políticos -, mas manifestou-se convicta de que o regime “está a chegar ao fim”, salientando que o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, já tem 85 anos.

Interrogada sobre o que é que os partidos políticos poderiam fazer em favor da luta pela democracia no Irão, Aida Sigharian salientou que a Alemanha, a França e a Inglaterra estão a tentar pôr a Guarda Revolucionária do Irão na lista de organizações terroristas.

“Acho que é uma coisa que talvez vocês, no Parlamento Europeu, também podem ajudar a fazer”, disse, além de pedir que o Governo português reduza as suas relações diplomáticas com o Governo iraniano.

Por sua vez, Christian Höhn, da associação Venexos, defendeu que o Governo português deve reconhecer Edmundo González como presidente legítimo da Venezuela e deixar de se escudar na defesa da comunidade portuguesa que vive no país para adotar uma postura mais perentória perante o regime de Nicolás Maduro.

“A Espanha tem 1,5 milhões de espanhóis na Venezuela e decidiu apoiar publicamente Edmundo González (…) o que quer dizer que provavelmente, nas próximas semanas, o Governo poderá fechar a embaixada de Espanha e tomar ações diplomáticas. Os espanhóis de lá estão preocupados? Não. Eles estão é preocupados com ter uma vida melhor”, disse, manifestando a esperança de que Portugal contribua para que a UE reconheça Edmundo González como vencedor das eleições.

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