expresso.ptexpresso.pt - 17 set. 23:34

Explosões de pagers no Líbano: EUA estão a recolher informações e “não estiveram envolvidos” no ataque (guerra Israel-Hamas, dia 347)

Explosões de pagers no Líbano: EUA estão a recolher informações e “não estiveram envolvidos” no ataque (guerra Israel-Hamas, dia 347)

Os Estados Unidos pediram ao Irão para não retirar proveito da instabilidade provocada pelas explosões no Líbano, enquanto o país ofereceu ajuda para tratar alguns dos quase três mil feridos. Ainda é “demasiado cedo” para perceber como este acontecimento poderá afetar as negociações de um cessar-fogo em Gaza

Uma série de explosões simultâneas de pagers no Líbano mataram pelo menos nove pessoas e deixaram cerca de 2800 feridas, 200 das quais com gravidade. Os Estados Unidos já revelaram estar a recolher informações sobre o sucedido.

“Posso dizer-vos que os EUA não estiveram envolvidos. Os EUA não estavam cientes desse incidente com antecedência”, informou o porta-voz do departamento de Estado, Matthew Miller, numa conferência de imprensa, citado pela agência Reuters.

Os Estados Unidos indicaram ainda estar preocupados com qualquer acontecimento que motive uma escalada de tensões no Médio Oriente, mas ainda é “demasiado cedo" para entender como este caso pode afetar as conversações para um cessar-fogo em Gaza. Matthew Miller alertou ainda o Irão para que se abstenha de aproveitar a instabilidade provocada pelas detonações.

As explosões motivaram acusações do governo libanês, do Hezbollah e do Hamas, ao responsabilizarem Israel por esta “agressão”. Também o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Ali Bagheri, responsabilizou Telavive pela explosão sincronizada dos pagers e ofereceu ao homólogo libanês, Abdullah Bu Habib, ajuda para tratar alguns dos quase 3000 feridos.

WAEL HAMZEH

Guerra no Médio Oriente

Oito mortos e cerca de 2800 feridos em explosões de pagers no Líbano, Governo e Hezbollah acusam Israel

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A detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” do Hezbollah em quase um ano de conflito com Israel, afirmou um operacional do grupo à Reuters, citado pelo jornal “The Guardian”. As explosões aconteceram aparentemente após uma troca de marca das pequenas caixas que permitem receber mensagens, alertas sonoros ou números de telefone através de frequência de rádio. O grupo pró-iraniano adotou estes dispositivos para evitar o uso de telemóveis e outros aparelhos, que depois permitem assassinatos seletivos dos seus membros.

OUTRAS NOT��CIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ Israel atualizou os objetivos da guerra em curso, incluindo o regresso a casa dos cerca de 60 mil evacuados no norte, junto à fronteira com o Líbano, devido ao fogo cruzado com o Hezbollah. “Israel continuará a tomar medidas práticas ativas para atingir este objetivo”, anunciou o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, num comunicado.

⇒ O Serviço de Segurança Interna de Israel (Shin Bet) disse que frustrou um atentado do Hezbollah para matar um ex-oficial da agência usando um dispositivo acionado remotamente, a partir do Líbano. O Shin Bet não revelou o nome do antigo responsável visado nem adiantou pormenores, mas sublinhou que os seus agentes impediram o ataque "na fase final da sua execução".

⇒ "As autoridades israelitas deixaram de conceder vistos aos responsáveis e funcionários da comunidade internacional de organizações não-governamentais", escreveu a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) na sua conta na rede social X. A mensagem remete para uma declaração do diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, que denuncia que Israel está a reduzir progressivamente a presença de agências humanitárias e de jornalistas.

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⇒ A Assembleia-Geral da ONU reúne-se a partir desta terça-feira para avaliar uma proposta de resolução palestiniana que exige que Israel encerre a "sua presença ilegal no Território Palestiniano Ocupado" dentro de 12 meses. A reflexão sobre este parecer visa culminar com a votação da proposta de resolução – que deverá acontecer na quarta-feira.

⇒ O subsecretário-geral da ONU, Jorge Moreira da Silva, defende que só a "vontade política de Israel" pode resolver o problema dos níveis insuficientes de ajuda humanitária em Gaza, que "nunca foi logístico, mas é sim político". As declarações surgem no mesmo dia em que um relatório elaborado por organizações que operam em Gaza denuncia que Israel está a bloquear 83% da ajuda alimentar e refere que os habitantes passaram de duas refeições por dia para apenas uma a cada dois dias.

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