expresso.pt - 5 set. 22:57
Vinhos. Celebrar, remando contra a maré
Vinhos. Celebrar, remando contra a maré
O vinho branco tem de ser leve, ter pouco grau e pouca cor? Então, toma lá este Verde, carregado na cor, a sugerir oxidação mas cheio de vida. O vinho tinto agora tem todo se ser feito com pouca maceração, apresentar pouca cor, ter pouco grau e aproximar-se perigosamente de um palhete? Pois então, Saramago responde com um Castelão muito concentrado, totalmente afastado das modernices
Entre outros recordo-me de dois ditos que são para aqui chamados e que são contrariados pelos produtores que hoje escolhi: “É preciso dançar conforme a música” e outro que diz “albarda-se o burro à vontade do dono”. O que está aqui em causa são as modas do vinho, modas essas que alguns deitam ao lixo. E bem! Existem neste negócio tipos variados de produtores que jogam em diferentes campeonatos: os que apostam nas grandes superfícies e cujas produções são às centenas de milhares ou milhões de garrafas; outros, um pouco mais modestos, que andam pelas dezenas de milhares e outros que se dirigem no sentido totalmente oposto, apontando para franjas marginais de consumidores que gostam da diferença e que até não se importam de pagar mais por vinhos tortos e bicudos. Para não deixar fugir a modernidade, até há quem se preste a figuras tristes, mas, como diria Diácono Remédios, “não havia necessidade”.
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