Daniel Oliveira - 5 set. 07:11
Ainda a macabra “photo opportunity”
Ainda a macabra “photo opportunity”
O episódio, com uma semana, só tem valor por revelar o estado de espírito do governo. O tempo e o modo em que Montenegro apareceu nas buscas no Douro, fazendo-se fotografar um segurança da PSP no bote, revelam um clima de pré-campanha. As oportunidades fotográficas têm os limites do respeito pelo sofrimento. E, já agora, da neutralidade das forças de segurança. Por baixo do verniz feito da gravitas do poder recente e do silêncio autoimposto, Montenegro não é maior do que sempre foi
É natural que o Estado se faça representar nos momentos difíceis do país através daqueles que elegemos. A presença do primeiro-ministro no centro de comando das operações faz todo o sentido e ainda mais a presença no funeral das vítimas. Critciou-se, aliás, a ausência de Miguel Albuquerque quando o fogo devorava a Madeira. Andar de bote no meio das buscas é absurdo.
A escolha do tempo e do modo em que os representantes políticos se fazem notar depende de bom-senso e respeito pelos cidadãos. O tempo e o modo que Luís Montenegro escolheu, na última sexta-feira, nas águas do rio Douro, não são apenas desastrados. Revelam o clima de pré-campanha que, desde o dia em que este governo tomou posse, se vive em São Bento.
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