www.publico.ptpublico.pt - 4 set. 05:20

Cartas ao director

Cartas ao director

A anedota serve-se fria

Em 2015, de “pé na tábua”, que o tempo fugia, o Governo de Passos Coelho privatizou 51% da TAP, em venda ao consórcio Atlantic Gateway, com grande protagonismo de Miguel Pinto Luz (M.P.L.), secretário de Estado das Infra-Estruturas, e de Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças.

Quase oito anos depois, em Maio de 2023, pudemos todos ouvir da boca de M.P.L. elogios em boca própria (diz o povo que são vitupérios, reclamando para aquela privatização as honras de ter dado ao país a “maior TAP de sempre e, provavelmente, a melhor TAP de sempre”. É de admirar (?) que tivesse passado à frente sem qualquer referência a que o negócio pudesse ter, na base, pormenores porventura criminais. Ou talvez pensasse que os fins justificam os meios, sobretudo em matéria de privatizações, em que, à aproximação da oportunidade, há que ter “olho vivo e pé ligeiro”.
José A. Rodrigues, Vila N. de Gaia

Referendos: Barreto esqueceu-se?

Totalmente, ou quase, de acordo com António Barreto no seu texto “Referendar a imigração”. Discorre ele sobre o instrumento constitucional do referendo e bem avisa sobre a sua utilização, devida ou indevida, dada a exigência do estudo de todos os complexos vectores antes da sua efectivação. Tudo isto a propósito do “anunciado” referendo sobre a imigração, de um modo lato e especificamente do modo perverso — como de costume — por parte do Chega. Dito isto, a razão que aqui me traz é relevar uma tentativa de referendar algo que Barreto não refere na extensa lista de razões que aduz para justificar que o referendo seja pouco utilizado: a morte medicamente assistida, vulgo “eutanásia”.

Dir-me-ão que esse assunto está ultrapassado porque a Lei n.º 22/2023 foi aprovada na Assembleia da República e ela tem condições para que o sofrimento insuportável de alguém que reúna condições legais para requerer o “deixar de sofrer”, numa decisão que só a si diz respeito. Só que essa lei aprovada — depois de um longo calvário de obstaculização — “está na gaveta” e é preciso “tirá-la de lá” (na feliz expressão de Rosalvo Almeida, no PÚBLICO de 26/8). E regulamentá-la é trazê-la “cá para fora”. Antes que a ideia peregrina do referendo volte à tona...
Fernando C. Rodrigues, Porto

Tenho vergonha

Tenho vergonha da forma como o mundo livre apoia incondicionalmente Netanyahu e Israel. Tenho vergonha da forma como Israel que, para além dos 40 mil palestinianos que já matou, continua a condenar milhares de crianças palestinianas inocentes à morte, seja pela fome, seja pela falta de água potável ou seja pela falta de cuidados médicos prestados.

Tenho vergonha quando o mundo livre fica contente porque um ditador permite que crianças inocentes sejam vacinadas em vez de terem ficado contentes por esse ditador, Netanyahu, a isso ter isso obrigado pela pressão mundial. Netanyahu quer destruir completamente o povo palestiniano e para isso usa todos os argumentos possíveis, incluindo a existência de terroristas do Hamas em tudo que é sítio na Faixa de Gaza.
Netanyahu, que é o grande responsável pela não libertação total dos reféns israelitas, embora tente atirar todas as culpas somente para o grupo terrorista Hamas, pode ou não ser considerado um criminoso? Como cidadão do mundo, confesso que tenho vergonha do que está a acontecer em várias zonas do mundo, seja na Ucrânia, na Faixa de Gaza, no Chade ou em tantas outras.

Onde estão, na realidade, os defensores da liberdade humana, independentemente da cor, da raça ou da crença religiosa? Onde? Sinceramente, não os vejo, pois só actuam em função das vantagens que podem retirar eles próprios e não em função da gravidade do problema que existe.
Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora

Acidente em Atei
Não sabemos ainda as causas da queda do helicóptero em Atei. Contudo é algo difícil de explicar. O INEM ia assistir um operário que tinha sofrido uma queda numa pedreira. Face ao acidente do helicóptero, a assistência ao ferido foi feita por uma equipa terrestre com total êxito. Levanta-se a questão: era realmente necessária uma assistência com recurso a um meio aéreo? Será que não é feita uma gestão de recursos de modo a serem utilizados os meios mais convenientes, necessários e suficientes?

E se na mesma altura viesse a ser necessária uma outra assistência em que o meio areo seria imprescindível ,mas este estivesse ocupado? Fica a questão embora não saiba quem daria a resposta.
António Barbosa, Porto

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