publico.pt - 8 ago. 16:21
Iuri Leitão já pedala em Paris. Vai para a última prova em posição de bronze
Iuri Leitão já pedala em Paris. Vai para a última prova em posição de bronze
Acompanhe os desenvolvimento da competição de omnium do ciclismo de pista, composta por quatro provas nas quais o português Iúri Leitão é um dos favoritos às medalhas.
O PÚBLICO está em Paris a acompanhar a rota de Iúri Leitão até um resultado de relevo no ciclismo de pista. É diploma, como nos disse Leitão? É medalha, como o estatuto do português sugere? A dúvida só será desfeita por volta das 19h30, quando acabar a última das quatro competições que compõem o omnium.
Leitão é campeão do mundo desta vertente, mas tem adversários de peso em Paris, como Benjamin Thomas, Ethan Hayter ou Elia Viviani.
As Spice Girls embalaram os ciclistas antes do arranque, a dizerem “tell me what you want, what you really, really want”, e Leitão já disse o que queria de Paris. Vamos ver se consegue alcançar.
Começou o scratch em sétimoA primeira das quatro provas correu assim-assim ao português. Mas, em rigor, correu bem a poucos e Leitão minimizou perdas.
No scratch, os pontos são dados aos primeiros ciclistas a passarem a meta ao fim de dez quilómetros, por ordem decrescente de pontos, e houve um grupo de quatro corredores que conseguiram dar uma volta de avanço ao restante pelotão.
Isto significa que, apesar de terem terminado todos juntos - e Leitão até apareceu nos primeiro lugares no sprint final -, já havia quatro ciclistas com os primeiros lugares no bolso. Foram Benjamin Thomas (um dos favoritos), Niklas Larsen, Fabio van de Bossche e Jan van Schip.
Leitão chegou a rolar na roda de Thomas, mas, quando o francês o obrigou a sair dali, Leitão teve de escolher outra roda e foi pouco depois que se deu o ataque do tal quarteto, onde até estava Thomas. Ter-se mantido na roda do gaulês poderia ter sido a sorte grande do minhoto.
A prova não correu especialmente bem a Leitão, é verdade, mas também não correu mal: minimizou perdas com o sétimo lugar, sendo o terceiro após os fugitivos. Está bem dentro da luta.
Subiu a posição de pódio na tempo raceNa tempo race, Leitão começou forte nos sprints de volta, somando três pontos logo no início. O belga Van den Bossche conseguiu uma volta de avanço e, assim que dobrou o pelotão, houve espaço para Leitão se juntar a três “amigos”.
Dobraram o pelotão e só a demora na atribuição dos 20 pontos criou apreensão. Leitão sabia que tinha os pontos no bolso, mas a demora no placard pode ter provocado desgaste adicional, porque o português foi buscar mais alguns sprints de volta, talvez com receio de não vir a ter os 20 pontos.
Assim que “caíram” os pontos, o português pôde descansar e repor energias no que restava da prova. Subiu ao terceiro lugar e está em posição de bronze.
Arriscou e protestou na eliminaçãoA eliminação foi, em bom português, uma carga de nervos – como é sempre. E é a prova que Leitão menos gosta, pelo nervosismo associado.
De duas em duas voltas, o último ciclista é eliminado. E Leitão andou muito tempo em zona perigosa e safou-se da eliminação por meros centímetros em quatro eliminações seguidas. Estava a arriscar muito, mas, por outro lado, é preciso estar com muito boas pernas para se prestar a correr desta forma.
Acabou, depois, a ser excluído num momento em que até parecia ter energia. Depois de uma confusão com a eliminação de Gaviria em vez de Thomas, com correcção tardia dos juízes, Leitão pareceu achar que não houve sino a avisar da eliminação seguinte e deixou-se antecipar.
Acabou a prova a esbracejar, queixando-se de algo. Mas houve sino. Resta saber se era mesmo essa a queixa do português. Se era, não parece ter razão.
Vai para a última prova em posição de bronze. E já há, entre o quinto e o sexto, uma diferença de dez pontos, fosso que pode revelar-se importante.
Em actualização.