Francisco Louçã - 21 nov. 11:07
E chegou o momento Pinheiro de Azevedo
E chegou o momento Pinheiro de Azevedo
Parece que já ninguém se lembra, mas quando um primeiro-ministro eleito do PSD foi substituído por um comissário político, o PS opôs-se frontalmente. Agora chama à crise que provocou com a demissão do primeiro-ministro uma “irresponsabilidade” que atribui ao seu melhor aliado durante oito anos. Pinheiro de Azevedo voltou
O último fim de semana foi um dos episódios mais estrambólicos da política portuguesa e é de notar que já temos tido uma conta nutrida de extravagâncias ao longo dos tempos. Foi um momento Pinheiro de Azevedo, quando a Comissão Nacional do PS organizou o contra-ataque a partir da sua vitimização, o que poderia ser uma estratégia bem escolhida, costuma dar resultado, não fora dirigir-se contra quem não é o seu adversário nas próximas eleições. Ainda assim, tomar o Presidente como alvo seria inteligente se a população o visse como o tenebroso instrumento de uma conjura a favor do PSD; não sendo assim, essa escolha aparece simplesmente como o resultado de azedume pessoal, depois de anos de cumplicidade declarada e festejada.
É portanto irrisório, se não ridículo, que a “crise” seja desde então gerida por meias-verdades acerca de irrelevâncias, como o episódio sobre quem pediu para pedir a vinda da Procuradora, alimentando um nevoeiro sórdido que nada esclarece nem podia esclarecer. Se os autores desta “estratégia” se tivessem lembrado do seu fiasco de 2019, não a repetiriam, pois apontar “empecilhos”, neste caso o Presidente, ressalta a pura ambição do poder contra a inteligência das respostas.
Ainda mais: prender o debate político em futilidades que são inverificáveis só alimenta a perceção da inutilidade da política e da inconsistência da democracia. Para um governo de maioria absoluta que ganhou com a garantia da estabilidade, é pior do que ridículo.
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