expresso.pt - 21 nov. 21:27
Exploração humana: "Nestas condições não se pode viver, nem os animais". A SIC visitou uma das casas
Exploração humana: "Nestas condições não se pode viver, nem os animais". A SIC visitou uma das casas
A SIC esteve no interior de uma das casas que servia de alojamento às vítimas de exploração no Alentejo. A megaoperação da PJ envolveu 480 inspetores na vila de Cuba e em Alfundão
28 pessoas foram detidas numa megaoperação da Polícia Judiciária (PJ) que desmantelou uma uma rede de tráfico humano, no Alentejo. A SIC esteve no interior de uma das casas, em Faro do Alentejo, que servia de alojamento às vítimas de exploração.
“Nestas condições não se pode viver, nem os animais. Neste quarto, quase 20 pessoas. Cada cama tem uma cama em cima. Se for um casal paga 200€m se for sozinho depende", afirma Moussaid Abdel-hadi.
Moussaid Abdel-hadi veio de Marrocos e é um dos mais de 20 imigrantes aliciados com alojamento, salários dignos e condições de trabalho.
Em contrapartida, o que encontrou foi um salário de pouco mais de 100€ e uma casa degrada, onde nem os colchões chegam para os 18 migrantes que lá vivem.
A rede criminosa desmantelada na Operação Espelho angariava a mão de obra em diversos países por todo o mundo, com Roménia, Senegal, Ucrânia e até da Índia.
“Este fenómeno dificilmente será erradicado, pelo menos nos próximos anos, porque há uma oferta, há uma procura, e quando o negócio acaba por render as pessoas não o abandonam. Este é um negócio que rende muitos muitos milhares às pessoas que exploram estes cidadãos. Tem que haver uma resposta eficaz em todas as fases do sistema judicial”, afirma a diretora da Unidade de Contraterrorismo da PJ, Manuela Santos
Suspeitos detidosDois dos 28 detidos pela PJ são um casal romeno, suspeitos de serem cabecilhas da rede criminosa.
Ambos estão indiciados por dez crimes, entre os quais: tráfico de pessoas, extorsão, ofensas à integridade física e posse de arma de fogo.
As mais de cem vítimas foram identificas e encaminhadas para a Segurança Social.