expresso.pt - 21 nov. 16:25
Lançada petição pública para que obra de José Mário Branco seja classificada como de interesse nacional
Lançada petição pública para que obra de José Mário Branco seja classificada como de interesse nacional
Defendendo que as canções de José Mário Branco são “hinos que fizeram a banda-sonora do nosso caminho coletivo até Abril de 74”, vários músicos e figuras ligadas à música defendem que a obra do autor seja classificada como de interesse nacional. “Será um passo importante para o seu conhecimento e preservação, assim como um impulso decisivo para a divulgação futura”
Numa petição dirigida à Assembleia da República e ao Ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, várias figuras públicas ligadas à música portuguesa defendem a classificação da obra de José Mário Branco, que morreu em 2019, como de interesse nacional.
No texto que acompanha a petição, os seus autores recordam “o percurso cívico e humano” do autor de ‘Inquietação’, desenvolvendo: “Além da sua obra pessoal, uma corajosa sementeira de novidade que mudou a nossa canção logo desde as primeiras gravações, no final da década de 60, e que foi vertida em numerosos trabalhos discográficos, no teatro e no cinema, foi também responsável por uma irreversível viragem estética na música popular portuguesa, de que é exemplo máximo o disco ‘Cantigas do Maio’ (1971), de José Afonso. Este trabalho, vestido instrumentalmente pelo jovem JMB, tornou-se um marco para todos os criadores de canções e arranjadores musicais”, salientam.
A “viragem musical” que José Mário Branco viria a operar, anos mais tarde, no universo do fado, é outro ponto destacado na petição, que lembra ainda o facto de várias canções de José Mário serem “hinos que fizeram a banda-sonora do nosso caminho coletivo até Abril de 74. A sua obra é um património cultural português. A classificação desta será um passo importante para o seu conhecimento e preservação, assim como um impulso decisivo para a divulgação futura.”
Assinada inicialmente por figuras como o editor discográfico Arnaldo Trindade, os músicos Carlos Alberto Moniz, Lúcia Moniz, João Afonso, Gaspar Varela Francisco Fanhais e Pedro Branco ou o investigador musical João Carlos Callixto, a petição recolheu, até à data de publicação desta notícia, cerca de duas mil assinaturas.