expresso.pt - 21 nov. 18:33
Liberais questionam Costa se “sugeriu” que PGR fosse a Belém
Liberais questionam Costa se “sugeriu” que PGR fosse a Belém
A pergunta “urge” ser respondida com “inequívoca clareza”, afirma o grupo parlamentar da IL, na missiva dirigida a António Costa
O grupo parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) enviou esta terça-feira duas questões dirigidas ao primeiro-ministro sobre a deslocação da Procuradora-Geral da República a Belém e pediu “inequívoca clareza” a António Costa.
Em primeiro lugar, os liberais perguntam ao primeiro-ministro se “sugeriu ou não ao Presidente da República que a Procuradora-Geral da República se deslocasse ao Palácio de Belém, no passado dia 7 de novembro”, no âmbito do processo “Influencer”. Em caso afirmativo, perguntam ainda qual foi o “objetivo” de Costa com essa sugestão.
“Há uma pergunta, em particular, que urge ser respondida com inequívoca clareza. Uma pergunta que ninguém está em melhores condições de esclarecer do que o próprio chefe do Governo, demissionário desde a manhã do passado dia 7, quando a Drª Lucília Gago se deslocou ao Palácio de Belém, entre duas audiências que o senhor Presidente da República ali manteve com o Dr. António Costa”, pode ler-se no documento.
Apontam para versões “contraditórias” – que suscitam “legítimas dúvidas” e “compreensível perplexidade” – , com Marcelo Rebelo de Sousa a admitir que foi o PM que pediu o encontro à PGR e Costa a afirmar não se lembrar de nada ter “dito publicamente” sobre a chamada de Lucília Gago ao Palácio de Belém.
“As dúvidas lançadas e que persistem em torno deste caso são inaceitáveis num Estado de Direito democrático e no limite, perturbam seriamente a imagem e dignidade das instituições. Impõe-se um cabal esclarecimento aos portugueses, que em breve voltarão às urnas eleitorais”, sustentam.
O esclarecimento do chefe do Governo demissionário é exigido pelos liberais em nome do “princípio da transparência” e "escrutínio democrático”.
Para Rui Rocha, esta será uma oportunidade para o primeiro-ministro não tecer mais comentários e responder com “clareza” sem se refugiar no "sigilo" do Conselho de Estado: "O PM parece invocar o sigilo do Conselho de Estado, apenas quando as versões que lá apresenta são desencontradas daqueles que quer passar", atirou o líder liberal, em declarações aos jornalistas, nos Passos Perdidos.
Criticando as “versões desencontradas” e “troca de galhardetes” entre Belém e S. Bento, Rocha insistiu que é preciso esclarecer esta situação com vista a preservar as instituições: “Não aceitamos que António Costa esteja sucessivamente a degradar as institituções, seja a Justiça, o PR ou próprio Governo com atitudes que consideramos pouco sensatas de tentativa de interferência com a Justiça”, atirou ainda.