observador.pt - 21 nov. 20:10
Sindicatos dos médicos esperam "vontade política" do Governo para obter acordo
Sindicatos dos médicos esperam "vontade política" do Governo para obter acordo
Sindicatos dos médicos esperam "vontade política" do governo para obter um acordo, depois de 19 meses de negociações. SNS "não pode esperar mais, e isto não é um chavão é mesmo sentido", declaram.
Os sindicatos dos médicos consideraram, esta terça-feira, urgente a reunião negocial com o Ministério da Saúde (MS) na próxima quinta-feira, esperando “vontade política” do governo para obter um acordo, após 19 meses de negociações.
O que é urgente é efetivamente a reunião negocial na quinta-feira. Discutirmos as grelhas salariais e os outros temas: as 35 horas [semanais], as 12 horas de urgência e a reposição das férias, porque é isto que está em cima da mesa”, disse à agência Lusa a presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam).
Joana Bordalo e Sá falava a propósito de uma reunião técnica agendada para esta terça-feira com o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, na qual não marcará presença. No encontro, que contará apenas com a comparência do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), está prevista a discussão a regulamentação das Unidades de Saúde Familiar (USF) e dos Centros de Responsabilidade Integrados (CRI).
Não nos mandaram documentos e (…) nós pedimos para reunião ser online. (…) Apesar de tudo não fechámos a porta. Eles [Governo] disseram que tinha de ser presencial, não mandaram documentos, não mandaram as coisas a tempo e horas e, portanto, hoje entendemos que a nossa ida [ao MS] não fazia qualquer sentido”, justificou.
A dirigente sindical criticou a discussão de portarias “que têm como alicerce um diploma da dedicação plena que é ilegal e inconstitucional”.
Estaremos, sim, na quinta-feira, com toda a seriedade e esperamos, de uma vez por todas, competência e, acima de tudo, vontade política do outro lado para chegar a um acordo (…), porque o Serviço Nacional de Saúde [SNS] não pode esperar mais, e isto não é um chavão é mesmo sentido. Isto não pode continuar”, sustentou.
Por seu lado, o secretário-geral do SIM, Jorge Roque da Cunha, explicou que a reunião de hoje tem a ver com “indicadores de avaliação de desempenho”, mostrando-se empenhado em fazer um acordo com o Governo “até à 25.ª hora”.
De acordo com o sindicalista, os indicadores vão permitir “a transição das unidades de serviços familiar tipo A e tipo B”.
“Na quinta-feira, (…) iremos tentar fazer um acordo em relação à matéria que tem a ver com algo que não foi conseguido nos últimos oito anos de governação socialista e nos 19 meses de negociação formal com o Governo”, salientou.
“Da nossa parte, tudo faremos para contribuir para um acordo que seja possível aos médicos aderirem. (…) Enquanto o Governo está plenas funções, [vamos] continuar ativamente na defesa dos médicos com um crescente sentido de responsabilidade”, disse o secretário-geral do SIM.
Jorge Roque da Cunha adiantou, no entanto, que será complicado conseguir um acordo na quinta-feira, reforçando que o MS continua intransigente.
“Sabemos que é uma situação difícil, já que o Governo persiste em não alterar a proposta que fez em relação ao salário base, evocando que (…) essa situação será ultrapassada. (…) De qualquer modo, o SIM, que tem no seu currículo a assinatura de 36 acordos, espera que seja possível que isso possa ocorrer. É difícil, mas faremos tudo para que isso possa acontecer”, sublinhou.
A nova ronda negocial entre os sindicatos dos médicos e a tutela está marcada para quinta-feira às 16h00.