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PS em Lisboa acusa coligação na CML de fazer "operação de marketing" com 25 de Novembro

PS em Lisboa acusa coligação na CML de fazer "operação de marketing" com 25 de Novembro

Defendendo a comemoração do 25 de Novembro de 1975, o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, disse que "esta data representou uma concretização da ambição que Abril criou".

O Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal de Lisboa acusou esta terça-feira a coligação "Novos Tempos" (PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança), que governa a cidade sem maioria absoluta, de fazer "uma grande operação de marketing" em torno do 25 de Novembro de 1975.

"Comemorar o 25 de Novembro não se confunde com a construção de uma narrativa que pretende apoucar o 25 de Abril e pretende fazer o 25 de Novembro a data fundadora da democracia", declarou o deputado do PS José Leitão, no âmbito da discussão de uma recomendação para honrar e comemorar o 25 de Novembro de 1975, subscrita pela coligação "Novos Tempos" e pela Iniciativa Liberal (IL).

Essa recomendação, que propunha a atribuição do topónimo "25 de Novembro de 1975" a um arruamento da cidade de Lisboa (uma rua, ou um largo ou praça, ou uma avenida ou alameda) e um conjunto de comemorações do cinquentenário desta data, foi rejeitada com os votos contra de BE, Livre, PEV, PCP, PS e dois deputados independentes do Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre). Votaram a favor PSD, PAN, IL, MPT, PMP, Aliança, CDS-PP e Chega.

"O voto que os Novos Tempos apresentam é a legitimação pretendida por uma grande operação de marketing que está em curso com a distribuição nas caixas de correio, em ligação com o Instituto Mais Liberdade, que pretendem concentrar a nossa atenção num debate histórico sem rigor para nos afastar da denúncia da degradação da qualidade de vida e da incompetência com que os Novos Tempos gerem a cidade", expôs o socialista José Leitão, afirmando que o PS não compactua com interpretações sem rigor histórico sobre o 25 de Novembro de 2023.

A Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas (PSD), anunciou hoje que "vai recordar e assinalar" o 25 de novembro de 1975 com várias iniciativas na cidade.

Defendendo a comemoração do 25 de Novembro de 1975, o líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa, disse que "esta data representou uma concretização da ambição que Abril [de 1974] criou".

"Quando hoje procuramos celebrar o 25 de Novembro não pretendemos de forma alguma que isso apague Abril [...]. O 25 de Novembro de 1975 é o que dá alma e corpo e consequência à ambição do grande momento nacional que foi o 25 de Abril de 1974", realçou.

A recomendação dirigida à câmara pretendia também que as comemorações desta data contemplassem "um novo monumento alusivo e evocativo, dedicado à perpetuação, no espaço público da cidade, da memória do 25 de Novembro de 1975".

Subscritor da proposta, Martim Borges de Freitas, do CDS-PP, referiu que o 25 de Abril teve "o paradoxo de ter-se de lutar pela liberdade depois de conquistada a liberdade", afirmando que "foi em 25 de Novembro de 1975 que se pôs fim ao processo revolucionário em curso, foi nesse dia que se pôs fim à tentativa de impor o comunismo em Portugal".

Também José Inácio Faria, do MPT, defendeu a importância de celebrar o 25 de Novembro, posição partilhada por Jorge Nuno de Sá, do Aliança, que frisou que, apesar disso, "ninguém nega que o momento fundador da democracia é o 25 de Abril de 1974".

Rodrigo Mello Gonçalves, da IL, considerou que o 25 de Novembro de 1975 é uma data fundamental na consolidação da democracia em Portugal: "Se o 25 de Abril abriu as portas ao regime democrático, foi o 25 de Novembro que garantiu que elas não seriam fechadas".

O deputado único do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, optou por atacar o PS, acusando o partido de ser "uma associação de malfeitores", palavras em que não se reviram os restantes subscritores da recomendação.

Além do PS, o PCP também interveio sobre a recomendação da coligação "Novos Tempos" e da IL, considerando que querem "rescrever a história do 25 de Novembro sem respeito pela verdade factual e política".

António Morgado Valente, do PAN, referiu que "ambas as datas têm a sua importância para a construção da democracia", lamentando que "às vezes a ala da esquerda e a ala mais à direita só consigam ver uma destas duas datas".

Do partido Chega, Bruno Mascarenhas apresentou um voto para "saudar o 25 de Novembro de 1975 como data que constitui um símbolo da liberdade e da democracia, que garantiu a opção pelo percurso democrático de Portugal, salvando o país de uma ditadura de extrema esquerda". Esse voto de saudação foi rejeitado, com os votos contra de BE, Livre, PEV, PCP, PS e dois deputados do Cidadãos Por Lisboa e a abstenção do PAN.

O PS também propôs uma saudação ao triunfo da democracia no 25 de Novembro de 1975, voto que foi aprovado com os votos a favor de Livre, PS, PSD, PAN e IL.

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