diamantinapinto@grupovidaeconomica.pt - 20 nov. 15:08
Como funciona um produto estruturado
Como funciona um produto estruturado
Os produtos estruturados são investimentos a prazo fixo que normalmente combinam uma obrigação com uma opção. A obrigação oferece proteção de capital, enquanto a opção fornece retornos com base no desempenho de um ativo subjacente ou de um conjunto de ativos (observar gráfico 1).
Habitualmente a obrigação é de cupão zero, sendo, assim, adquirida a desconto (por exemplo, comprada a 90% do seu valor nominal, ou seja, um desconto de 10%, sendo depois paga na maturidade a 100%). O valor restante (10% neste caso) é utilizado para adquirir uma opção sobre um determinado ativo subjacente ou opções sobre vários ativos subjacentes, dependendo da estratégia implícita no depósito estruturado, estratégia apenas limitada à imaginação e ao engenho da instituição emissora, por exemplo, um banco. Estes produtos estruturados são interessantes para investidores avessos ao risco, que valorizam a preservação do seu capital, tendo ainda a possibilidade de usufruírem de um retorno. Para os investidores mais agressivos, que toleram melhor o risco e que procuram retornos mais elevados, os produtos estruturados podem apenas proteger parte do capital na maturidade, por exemplo 90%, ficando, assim, 20% (10% da obrigação a desconto, acrescido de 10% que o investidor abdica para obter um retorno mais alto) disponíveis para investir numa opção mais cara, por exemplo uma opção mais próxima de “in the money”, aumentando a probabilidade quer do seu sucesso, quer do seu retorno. Ou seja, quanto maior for a proteção de capital, menor será o retorno e vice-versa. E a maior ou menor proteção depende do perfil de risco do investidor, do seu horizonte temporal e da criatividade do responsável pelo produto estruturado.
Vamos supor que um investidor pretende comprar 100 mil euros de um produto estruturado (a maior parte das vezes definido como note) que lhe é proposto por um banco com um prazo de vencimento por exemplo de dois anos, existindo também mais nove interessados na note num montante idêntico. O banco emitirá, por exemplo, uma obrigação de cupão zero com desconto de 10%, recebendo um milhão de euros, comprometendo-se a pagá-lo no final da maturidade ao par (ou seja, a 100%), tendo, assim, livres 100 mil euros para comprar opções, vendê-las ou outra combinação. É uma obrigação de dívida, tendo associado um derivado, normalmente uma opção. O banco emissor pode usar esse dinheiro, ou seja, investir esse montante no que entender mais apropriado (dentro dos limites definidos na note), sendo efetivamente o mesmo que qualquer outra emissão de títulos corporativos. O investidor fica exposto ao risco de crédito do emitente, risco de liquidez (normalmente as notes não são cotadas em bolsa), podendo existir eventualmente risco cambial. É aconselhável diversificar os emitentes, afastando, assim, um cenário idêntico ao de 2008 com a falência do Lehman Brothers e do prejuízo daqueles que tinham apenas notes emitidas por aquele banco.

Vamos supor que um investidor pretende comprar 100 mil euros de um produto estruturado (a maior parte das vezes definido como note) que lhe é proposto por um banco com um prazo de vencimento por exemplo de dois anos, existindo também mais nove interessados na note num montante idêntico. O banco emitirá, por exemplo, uma obrigação de cupão zero com desconto de 10%, recebendo um milhão de euros, comprometendo-se a pagá-lo no final da maturidade ao par (ou seja, a 100%), tendo, assim, livres 100 mil euros para comprar opções, vendê-las ou outra combinação. É uma obrigação de dívida, tendo associado um derivado, normalmente uma opção. O banco emissor pode usar esse dinheiro, ou seja, investir esse montante no que entender mais apropriado (dentro dos limites definidos na note), sendo efetivamente o mesmo que qualquer outra emissão de títulos corporativos. O investidor fica exposto ao risco de crédito do emitente, risco de liquidez (normalmente as notes não são cotadas em bolsa), podendo existir eventualmente risco cambial. É aconselhável diversificar os emitentes, afastando, assim, um cenário idêntico ao de 2008 com a falência do Lehman Brothers e do prejuízo daqueles que tinham apenas notes emitidas por aquele banco.