observador.pt - 27 set. 16:52
Intervenção de urgência em troço da muralha de Évora para evitar agravamento de fissuras
Intervenção de urgência em troço da muralha de Évora para evitar agravamento de fissuras
Câmara Municipal de Évora anunciou intervenção num troço da muralha. Risco de derrocada não é imediato mas especialistas concluíram que "era necessário intervir com alguma urgência".
Um troço da muralha medieval de Évora, com uma extensão de cerca de 100 metros, vai ser alvo de uma intervenção urgente para impedir o agravamento de fissuras e uma eventual derrocada, anunciou esta quarta-feira a câmara municipal.
O presidente do município, Carlos Pinto de Sá, indicou à agência Lusa que a empreitada, adjudicada a uma empresa especialista em intervenções de restauro em património classificado, já arrancou com a montagem do estaleiro.
“Detetámos uma fissura na muralha, foi feita uma avaliação e os avaliadores concluíram que há necessidade de fazer uma intervenção”, salientou, sublinhando que se trata de uma obra “muito delicada que teve de ser preparada”.
Segundo o autarca alentejano, o risco de derrocada deste troço da muralha “não era imediato”, mas, por haver esse perigo, a câmara municipal considerou que “era necessário intervir com alguma urgência”.
O troço em causa localiza-se na Avenida de Lisboa, nomeadamente num cunhal nas proximidades da porta que conecta a Rua dos Penedos com esta artéria da cidade.
Quanto ao calendário da obra, Pinto de Sá referiu que é difícil apontar uma data concreta para a sua conclusão, frisando que a intervenção na estrutura vai decorrer “forçosamente nos próximos dois ou três meses”.
Na informação enviada à Lusa, a Câmara de Évora realçou que esta intervenção se realiza no âmbito do Programa de Conservação e Reabilitação da Muralha e visa “impedir o agravamento das fissuras existentes e a sua eventual derrocada”.
“A degradação da estrutura deve-se à erosão natural, com algumas zonas a ficarem progressivamente mais fragilizadas”, explicou.
De acordo com a autarquia, estes trabalhos seguem-se aos estudos arqueológicos efetuados no interior da muralha para averiguar a extensão total das fissuras e à aplicação de selos em gesso para averiguar a movimentação do pano de muralha.
Nas declarações à Lusa, o presidente do município reconheceu que a estrutura apresenta outros problemas sobre os quais é preciso intervir, tanto em zonas sob jurisdição da autarquia como de outras entidades públicas e particulares. “Temos estado a falar com a entidade que têm essa responsabilidade”, acrescentou.
Com mais de cinco quilómetros, a muralha medieval de Évora, também conhecida como cerca nova e construída nos séculos XIV e XV, está classificada como Monumento Nacional e integra o centro histórico da cidade, inscrito como Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).