LUIS DELGADO - 19 set. 20:27
Visão | Censura à direita
Visão | Censura à direita
António Costa limitou-se a marcar golos, e os três partidos à sua direita alinharam nesse jogo, abrindo as balizas
António Costa escapou ileso à moção de censura do Chega, que afinal era politicamente dirigida ao PSD e à Iniciativa Liberal. Como não existia outra forma de censurar e atacar os sociais democratas, que lutam por manter a maioria absoluta na Madeira, este instrumento serviu o propósito de André Ventura. Costa limitou-se a marcar golos, e os três partidos à sua direita alinharam nesse jogo, abrindo as balizas.
A moção de censura contra o PSD banaliza este instrumento poderoso da AR, que só deveria ser usado em situações extraordinárias e crises muito graves. Não era o caso. O Governo vinha de férias, arrancou uma nova sessão legislativa, e os desentendimentos entre Belém e S. Bento foram resolvidos e esclarecidos. Por agora, pelo menos.
O Chega precisava de dar uma «coça» no PSD, a quatro dias das eleições regionais, sabendo-se que os sociais democratas não podem perder, e muito menos quando coligados, pela primeira vez, com o CDS, que necessita de voltar ao seu espaço político a nível nacional. Muita da contenção na subida da IL e do Chega passa por um CDS ativo, forte, renovado e eficaz, e isso percebeu Luís Montenegro. A Madeira vai ser o primeiro teste, que poderá ser replicado nas europeias.
Newsletter A subscrição foi submetida com sucesso! VISÃO Plus O melhor da semana multimédia: histórias, fotogalerias, videos e podcastsPara voltar ao poder, sem a necessidade de coligações com populismos, o PSD tem de ajudar o CDS a reaparecer, mesmo que para isso sacrifique alguns dos seus lugares nas listas eleitorais. Mas terá a ajuda do método de Hondt, que favorece este tipo de coligações. A confusão à direita tem de ser esclarecida e normalizada. Colocada no sítio certo.
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