observador.ptobservador.pt - 19 set. 21:49

Sindicato dos Estados Unidos ameaça expandir greve da indústria automóvel caso negociações falhem

Sindicato dos Estados Unidos ameaça expandir greve da indústria automóvel caso negociações falhem

"Não vamos ficar à espera para sempre enquanto prolongam isto. Não estamos a brincar", diz presidente do sindicato, referindo que mais trabalhadores vão juntar-se aos que estão no quinto dia de greve.

O líder dos sindicatos dos trabalhadores da indústria automóvel dos Estados Unidos está a aumentar a pressão sobre os grandes fabricantes de Detroit, ao ameaçar expandir a greve caso não se registem grandes progressos nas negociações até sexta-feira.

O presidente do sindicato United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, alertou esta terça-feira que mais trabalhadores de outras fábricas irão juntar-se aos que estão agora no quinto dia de greve, em três fábricas.

“Não vamos ficar à espera para sempre enquanto prolongam isto… e não estamos a brincar“, frisou Fain, que estabeleceu até sexta-feira o prazo para a escalada da greve, caso não haja um “progresso sério” nas negociações.

Milhares de trabalhadores da indústria automóvel em greve nos EUA. Pedem aumentos iguais aos que recebem os gestores, como Carlos Tavares

Ford, General Motors (GM) e Stellantis, conhecidas como as três grandes, referiram que pretendem resolver a greve e evitaram criticar diretamente a ameaça de escalada.

Até agora, a greve está limitada a cerca de 13.000 trabalhadores numa fábrica de montagem da Ford em Wayne, Michigan, numa fábrica da GM em Wentzville, Missouri, e numa fábrica da Stellantis em Toledo, Ohio.

No entanto, os fabricantes de automóveis alertaram que poderá haver lay-offs em outros locais, uma vez que a greve prejudicará a cadeia de abastecimento da indústria.

A GM alertou na segunda-feira que a greve em Wentzville, perto de St. Louis, poderia forçar a empresa a desativar uma fábrica de montagem em Kansas City no início desta semana. A greve poderá em breve começar a afetar os fornecedores das três grandes.

A United States Steel revelou que paralisou temporariamente um dos seus fornos em Granite City, Illinois, uma indicação de que a empresa espera que a greve reduza a procura por aço.

Milhares de trabalhadores da indústria automóvel americana em greve. Pedem aumentos iguais aos que receberam os gestores

Há cerca de 1.450 trabalhadores naquela fábrica, a maioria representados pelos United Steelworkers, mas a empresa garantiu que muitos trabalhadores não serão afetados pelo encerramento do forno.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, adiantou que irá enviar dois altos funcionários do governo, incluindo a secretária interina do Trabalho, Julie Su, a Detroit, esta semana, para se reunirem com ambos os lados.

Biden apoiou publicamente o UAW, referindo que os trabalhadores merecem participar nos recentes lucros recordes dos fabricantes de automóveis, embora nem todos os democratas tenham acolhido bem o envolvimento do chefe de Estado.

O UAW apontou para os lucros dos fabricantes de automóveis, registados à medida que os preços subiam acentuadamente devido à forte procura dos consumidores e a uma oferta limitada de veículos devido à escassez de chips e outras questões.

O sindicato procura um aumento de 40% dos seus salários, melhores horários e melhores condições de trabalho. As empresas defendem que não têm condições para satisfazer as exigências do UAW, porque devem investir esses lucros para ajudá-las a fazer a transição para os veículos elétricos.

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