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Humberto Barbosa: ″Tecnologia da NASA elimina radicais livres e ajuda no cancro″

Humberto Barbosa: ″Tecnologia da NASA elimina radicais livres e ajuda no cancro″

Licenciada para Portugal, com exclusivo para a Europa, a tecnologia TimeReverter começou por ser usada em astronautas e depois em doentes com cancro. A recuperação celular é visível ainda na pele e níveis de bem estar, garante o nutricionista da Clínica do Tempo.

Uma nova tecnologia chegou a Portugal, com o intuito de ser um regenerador do corpo humano. De que tipo de tratamento se trata?
Para podermos atrasar o nosso relógio biológico e vivermos mais anos e com mais saúde, temos de preencher o que está em falta no organismos, vitaminas e minerais específicos, e temos de eliminar o que está em excesso, principalmente gordura e radicais livres. A gordura, porque a doença que mais mata no mundo não é o cancro, mas sim as doenças cardiovasculares devido a artérias obstruídas por excesso de gordura, e radicais livres porque há uma forte ligação entre estes e o cancro, e também com as doenças neurodegenerativas como Parkinson e Alzheimer.

Para eliminar a gordura, já existe há alguns anos o liposhaper, a primeira lipoaspiração não evasiva, mas não tínhamos uma solução para eliminar radicais livres. E o que são radicais livres? São moléculas doentes, moléculas de oxigénio adulteradas que vão sugando os nutrientes das moléculas saudáveis ao redor. São a ferrugem das nossas células. Assim como o Ferro tem ferrugem que corrói e destrói, as nossas células têm os radicais livres que fazem o mesmo. E elas formam-se em situações de stress, ao mínimo stress, o organismo produz mais cortisol que alimenta os radicais livres. Enquanto na questão da gordura temos controlo sobre a situação, podemos ingerir comida mais saudável, fazer exercício físico, fazer uma lipoaspiração não invasiva, nos radicais livres não temos esse controlo, porque ninguém consegue deixar de ter situações de stress no seu dia-a-dia. É difícil prevenir e controlar, no dia-a-dia basta uma má notícia, como uma daquelas do nosso primeiro-ministro que vêm alegrar o dia dos portugueses. O excesso de radicais livres pode causar cancro, má qualidade do sono, doenças neurodegenerativas, mas agora existe em Portugal, finalmente, um tratamento disponível ao grande público, que já existia há muitas décadas, mas que era exclusivo da NASA. E porquê? Porque durante muitos anos, a NASA tinha um departamento clínico muito avançado, mas não tinha ainda solução para a questão dos radicais livres. E a primeira geração de astronautas, quando regressaram da missão espacial, vinham carregados de problemas e alguns deles até morreram com cancro ao longo dos três anos seguintes. Outros, tiveram Alzheimer, Parkinson, e inicialmente pensaram que era das radiações cósmicas, mas depois chegaram à conclusão que não. Era tudo causado pelo stress que sentiam lá em cima, que resultava numa maior produção de cortisol e, consequentemente, em mais radicais livres. Não havia solução para esse problema, até que ouviram falar do trabalho de um médico dinamarquês, Niels Finsen, que foi Prémio Nobel da Medicina e que tinha desenvolvido um tratamento que eliminava o excesso de radicais livres. Portanto, convidaram parte desta equipa para ir trabalhar para a NASA e a geração seguinte de astronautas já não teve nenhum desses problemas.

O tratamento era aplicado quando regressavam de missão?
Sim, ao voltarem, porque ficavam com muitos radicais livres. Alguns anos depois, um hospital oncológico infantil no Alabama, nos Estados Unidos, ouviu falar nesta tecnologia e pediu ajuda à NASA, no sentido de disponibilizar equipamento e tecnologia, para ajudar estas crianças com cancro. Isso foi feito com muito sucesso e muitos hospitais se seguiram a utilizar esta tecnologia. Nós temos a exclusividade deste tratamento na Europa.

Como é que a tecnologia vai funcionar sobre o ser humano?

É uma cápsula de grandes dimensões, vertical, e dentro dessa cápsula há dois tipos de luz com 57 600 pontos de luz e metade desses são Red Light Therapy, entre 600 e 800 nanómetros e a outra metade entre 810 e 1000 nanometros. E é esta luz, entre estas intensidades, que elimina o excesso de radicais livres. O protocolo do tratamento é de entre quatro e seis sessões, com a duração de apenas 15 minutos. Mas como é que medimos a eficácia entre o antes e depois? De duas formas: a mais simples, através de um exame que se faz antes de iniciar o tratamento e que se chama videomicroscopia, a avaliação dos radicais livres, e com umas gotas de sangue vamos saber a percentagem de radicais livres no organismo e, depois, o efeito nas células com as gotas de sangue vistas ao microscópio. No microscópio vemos o efeito das células que foram estragadas pelos radicais livres e quando termina o ciclo do tratamento, e repete o exame, as células estão limpinhas e saudáveis. Isto é uma forma, mas ainda existe outra, que passa pelo bem-estar que a pessoa vai evidenciar e sentir no seu corpo.

E em que é que o bem-estar imediato pode refletir essa melhoria?
Primeiro, na pele, há um rejuvenescimento. A qualidade do sono é outra característica, mais energia, a flacidez dos músculos, que voltam a ganhar fortalecimento quando se elimina o excesso de radicais livres, e há uma prevenção muito forte do cancro, o mais importante. Porque independentemente do tipo de cancro que uma pessoa possa ter, quando é feita a avaliação dos radicais livres isso é um denominador comum, o organismo tem excesso de radicais livres. Quando as pessoas são submetidas a quimioterapia e radioterapia, os radicais livres ainda aumentam mais.

Então, no caso do cancro pode ser preventivo, mas também para compensar o efeito de quimioterapia e radioterapia?
Exatamente. Alguém que esteja a fazer um tratamento de quimioterapia ou radioterapia, terá todos os benefícios em fazer um tratamento destes, porque elimina os efeitos secundários da quimioterapia e da radioterapia.

A adaptação à cápsula é fácil?
A pessoa pode estar sentada num banco, 15 minutos, mas se quiser sair, pode fazê-lo, há uma campainha e sempre um técnico presente. Um dos testes que fazemos para que a pessoa não se sinta claustrofóbica, é mostrar-lhes que só com um dedo consegue empurrar a porta da cápsula, ou seja, é uma cápsula de grandes dimensões, mas a porta é muito leve.

Há limitações em termos de idade ou características físicas?
Não, nenhuma limitação.

Em algum momento teve dúvidas sobre a aplicabilidade deste tratamento? Como é que avaliou?
Eu não coloco nenhum tratamento disponível ao público antes de eu o experimentar primeiro. Coloco-me na pele dos meus clientes, é muito importante fazê-lo.

Muitas pessoas procuram tratamentos só pela beleza ou a conjugação com a saúde é uma tendência que veio para ficar?
A motivação, por vezes, é uma motivação meramente estética. Independentemente disso, nós dizemos que na Clínica do Tempo, para sermos mais belos, temos de ser mais saudáveis, caso contrário, a pessoa veio ao sítio errado. Para isso, procura um cirurgião plástico. Primeiro, tem de passar pelo nosso Programa de Reeducação Alimentar e Comportamental com Modulação Corporal e Rejuvenescimento Celular - um grande palavrão, eu sei. Portanto, o rejuvenescimento celular e modulação corporal estão presentes, mas em conjunto com a reeducação alimentar e comportamental, porque se as pessoas não apostarem nessa parte e não mudarem os seus hábitos, então passado um ano estão cá outra vez, porque não quiseram mudar na sua essência.

Continua a haver quem procure uma solução milagrosa?
As pessoas têm uma grande tendência para se auto-desresponsabilizarem por aquilo que são enquanto aspeto e saúde. É mais fácil ir a algum sítio onde passam a responsabilidade de mudar aquilo tudo para alguém que está sentado numa secretária. Isso não é possível em lado nenhum do mundo.

Os bons comportamentos começam, muitas vezes, na infância, mas assistimos ainda a poucos programas públicos do ponto de vista da educação alimentar e da preocupação das escolas com esse tema.

Do ponto de vista das políticas públicas, o que podia ser feito?
Ter nutricionistas nos departamentos certos, para poderem ajudar as pessoas a fazer as escolhas certas. Não nos podemos esquecer que os nossos filhos passam mais tempo na escola do que em casa. Não há nenhuma lei que obrigue as escolas a que nas cantinas só sirvam comidas de plástico, portanto, as próprias escolas têm essa autonomia para poderem ter comida mais saudável.

Depois, tem de ser um trabalho feito pelos pais e são eles que têm de dar o exemplo em casa. O importante é que os filhos refletem os pais e quando temos aqui crianças que são obesas, não é porque um dos pais é obeso, normalmente ambos são ou, pelo menos, um.

"Faltam políticas públicas para melhor combater a obesidade infantil. Não há nenhuma lei que obrigue as escolas a que nas cantinas só sirvam comidas de plástico."

O Ministério da Saúde podia ter uma atuação mais firme para combater a obesidade em Portugal?
O Ministério da Saúde, e qualquer ministério de qualquer governo, pode sempre fazer mais do que o que faz. Desculpam-se muitas vezes com a falta de meios, mas não são precisos muitos meios para mudar a mentalidade das pessoas e tornar os pais mais participativos, abrir mais ações de formação. Já ouvi muitas teorias diferentes em muitos países, mas a mais extremista - e na qual me recuso a acreditar -, é que não interessa aos governos dos países, não se aplicando isto ao nosso, porque pessoas saudáveis vivem mais anos, e mais anos são mais reformas para pagar. E os Estados estão falidos nesse aspeto. Mas se as pessoas fossem saudáveis, isso faria com que gastassem menos dinheiro ao Estado, fossem menos vezes ao médico, gastassem menos comparticipação com medicamentos e vivessem mais anos e com mais saúde. Faz sentido para quem está a governar, porque vai poupar dinheiro, mas a outra parte não, porque as pessoas vivem mais anos e são mais reformas para pagar. Não estou a dizer que acredito nisso ou que foi em Portugal que ouvi essa teoria...

Na sua opinião, já se reverteram os efeitos do stress e obesidade resultado da pandemia?
As pessoas ainda não ultrapassaram essas questões. Em relação ao peso ganho, naqueles dois anos de pandemia houve uma grande relação de proximidade com o frigorífico e com a garrafeira, portanto, as pessoas estando em casa passaram a ter essa relação de amor-ódio com o frigorífico. Esse peso ganho, para muitas pessoas ainda não foi perdido, as pessoas estão gradualmente a procurar soluções. Há mais procura e também temos muitos clientes que vêm do estrangeiro, aliás, o ano passado atendemos clientes de 53 países diferentes. Ao final de dois ou três meses, o que pouparam já pagou o custo do tratamento. A partir daí, é lucro.

Por ser tecnologia da NASA, é de difícil acesso? Não é para todos?
Sim, a qualquer pessoa. É dos programas, até em termos económicos, dos mais baratos que temos na Clínica. A faixa de clientes que predomina é a que mais predomina em Portugal, que é a classe média. Muitas vezes há a ideia errada de que a Clínica do Tempo é para ricos, mas não há nada mais errado, porque o que predomina aqui é a classe média. A diferença é que algumas pessoas, por uma questão de fazer uma boa gestão do seu dinheiro, podem fazer um sistema de crédito para comprar um programa destes, sem juros, em que ficam a pagar uma prestação que pode ser 50 euros por mês. Só os pastéis de nata que as pessoas comem diariamente ou o maço de tabaco que deixam de fumar, ao final do mês dá mais do que esses 50 euros.

No tabaco, "proibir não faz com que as pessoas não consumam. E isso vai abrir um mercado paralelo. Por isso, nunca sou a favor das proibições."

A propósito de tabaco, tem-se discutido a nova lei e as suas proibições. O tabaco tem impacto na questão dos radicais livres e nas doenças que possam daí advir?
Cerca de 10% dos radicais livres nós conseguimos controlar, vêm de ambientes poluídos que podemos escolher não ir, e o Tabaco podemos escolher não fumar, portanto, o tabaco provoca um grande aumento dos radicais livres, mas isso tudo somado são 10%. Os outros 90% são o cortisol em situações de stress e contrariedade. Por isso, mesmo que controlemos a questão do tabaco, melhoramos em 10%, mas não conseguimos melhorar tanto o outro aspeto. Agora, o tabaco além de provocar radicais livres também tem outros problemas, nomeadamente o risco aumentado de ter um cancro no pulmão. Por essa razão devem ser feitas campanhas.

Às vezes a proibição não é o caminho mais fácil, porque o proibir não faz com que as pessoas não consumam. E isso vai abrir um mercado paralelo, neste momento, em alguns países que têm essas regras de proibição, há um mercado paralelo que já representa entre 30% a 40% da totalidade das vendas. Por isso, não sou nunca a favor das proibições, sou a favor das escolhas certas (e não sou fumador).

Apostar na literacia?
Exatamente. A lei que existia, que era de só se poder fumar em esplanadas, não em recintos fechados, era uma lei que prevenia quem fumava e quem não fumava. Agora, quer ir um pouco mais longe e é uma medida impactante, é uma medida que pode ter sido pensada como uma medida populista e não uma medida a pensar na saúde das pessoas, porque temos consciência de que quem fumar não vai deixar de fumar por causa disso, mas pode ter um efeito reverso. Isto porque pode haver muitos fumadores que votaram no PS e que nas próximas eleições possam sentir-se frustrados por não poderem estar a fumar um cigarrinho lá fora depois de votarem, porque isso também vai ser proibido nas escolas, e que depois não votem. Não acho que seja uma boa medida política para quem quer impor estas regras desta maneira. Teria muito mais impacto investir numa campanha de sensibilização, ir às escolas com nutricionistas, psicólogos, falar com os jovens.

Faz 40 anos de carreira e quis sinalizar a data com este tratamento inovador. Quais são os outros objetivos para os próximos anos?
O meu objetivo n��mero um é morrer saudável e feliz. E isso é algo que a qualquer momento, a partir de agora, se acontecesse, já estava com este objetivo realizado. Depois é ter a fórmula de longevidade dentro de mim e este objetivo também já o atingi. Depois, aquilo que agora já fazemos, era aquilo que há 20 anos atrás, não há 40 quando eu comecei, mas há 20. Já temos a capacidade de controlar todos os fatores do processo de envelhecimento, os principais que é o excesso da gordura e o excesso de radicais livres. Agora, o que é que se faz com isso? Tornar o tratamento ainda mais acessível em Portugal e noutros países.

E tem projetos de abertura de novas clínicas ainda este ano?
Temos algumas coisas em estudo. Há uma hipótese de abrirmos uma clínica em Itália, numa zona paradisíaca, mas mais para a frente vamos falar sobre isso. E vamos também lançar um tratamento corporal, que é o primeiro lifting corporal.

Com que efeitos?
Para a flacidez. Já temos o Biotime, que consiste em 30 minutos que equivalem a 750 abdominais, mas existe uma tecnologia totalmente diferente, em que 30 minutos equivalem a 44 mil abdominais. E é algo que faz tonificar o músculo, mas aumentando o músculo. Porque o Biotime faz uma tonificação muscular, mas o efeito não perdura no tempo se a pessoa não fizer depois exercício. Neste novo tratamento, o efeito perdura no tempo, mesmo que a pessoa não faça exercício físico, porque faz mesmo uma hipertrofia muscular. É algo inovador. Vamos lançar este ano ainda.

Por fim, aqui na Clínica do Tempo tenho a sorte de ter colaboradores excelentes, as pessoas que cá trabalham são pessoas que, em primeiro lugar, têm de ser das minhas relações de amizade, particulares, porque gosto de trabalhar com gente que conheço e que gosto, e são excelentes profissionais. Tenho uma ajuda preciosa dentro da clínica, pessoas que sabem tornar os meus sonhos de realidade. E depois tenho o apoio familiar, que é exatamente a mesma coisa.

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