observador.pt - 26 mai. 19:30
O que correu mal nas provas de leitura? A evolução dos argumentos do Governo sobre suposta dificuldade das provas digitais
O que correu mal nas provas de leitura? A evolução dos argumentos do Governo sobre suposta dificuldade das provas digitais
Ministério já não diz ser impossivel nas provas digitais voltar-se aos textos após se abrir perguntas, mas justifica diferença de resultados com “facilidade ou dificuldade na (re)consulta do texto”.
Não houve problemas técnicos e a explicação está por apurar. Em Portugal, os alunos de 10 anos pioraram a leitura, segundo o estudo internacional PIRLS, que faz essa avaliação de 5 em 5 anos. Assim, e apesar da descida de 528 pontos para 520 — os valores oficiais do Progress in International Reading Literacy Study —, na apresentação destes números, o Ministério da Educação optou por dividir os resultados entre quem fez a prova em papel (bridge) e quem a fez em formato digital. As dúvidas são, desde o início, muitas — começaram logo na apresentação dos dados aos jornalistas — e só após duas insistências do Observador a tutela clarificou alguns pontos. “A diferença de resultados entre a prova em papel e a prova em digital suscita questões importantes e que merecem a mais cuidada reflexão”, assume o Ministério da Educação.
Com base no olhar inicial do Governo, surgem duas realidades distintas: os alunos que fizeram a amostra em papel melhoraram o seu desempenho, enquanto que os que usaram computador pioraram. Isso mesmo se lê no relatório nacional do IAVE entregue aos jornalistas a 15 de maio, com embargo para as 9h de 16 de maio.
- “Os alunos que realizaram o teste em papel (PIRLS bridge) alcançaram um resultado médio de 531 pontos, mais 11 pontos em relação aos alunos que realizaram o digital PIRLS, e mais 3 pontos significativos, comparativamente com o resultado alcançado em 2016;
- Os alunos portugueses que realizaram o digital PIRLS 2021 obtiveram uma pontuação média de 520 pontos a literacia de leitura, o que representa uma diminuição de 8 pontos significativos, em relação a 2016.”
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.