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Mãe de crianças em casa abandonada consentiu institucionalização

Mãe de crianças em casa abandonada consentiu institucionalização

A mãe das três crianças, com idades entre dois e seis anos, que viviam, até à semana passada, com os pais em condições miseráveis numa casa abandonada em Setúbal consentiu que os filhos lhe fossem retirados e acolhidos em instituições.

"A medida protetiva de Acolhimento Residencial das três crianças teve o consentimento da mãe", informou ao JN a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Setúbal, que iniciou o processo depois de as crianças serem internadas no hospital de São Bernardo.

Questionada sobre se as crianças estavam sinalizadas e eram objeto de algum processo anterior, a CPCJ não respondeu.

Os pais viviam com os três filhos numa na Rua Vale do Grou, no piscatório Bairro de São Nicolau. Estavam doentes, com hematomas, e na última quarta-feira, 15 de março, foram dali retiradas, pela PSP de Setúbal, e levadas para o hospital, onde ficaram internadas até sexta-feira.

As crianças receberam tratamento e até podiam ter tido alta no dia seguinte à admissão, mas a CPCJ providenciou para que não saíssem do hospital até encontrar uma instituição de acolhimento. Neste momento, estão institucionalizadas e bem de saúde.

A PSP, através da Esquadra Investigação Criminal, deparou-se com os menores quando procurava notificar o pai de uma multa pelo Tribunal de Setúbal. O caso era desconhecido das autoridades e nem estava referenciado no Conselho Local de Ação Social (CLAS) de Setúbal.

Um colchão para cinco

Os pais, um homem de 23 anos e uma mulher de 25, foram identificados pela PSP. São suspeitos do crime de exposição e abandono de menores.

O bairro piscatório de São Nicolau é composta por casas térreas que nuns casos foram requalificadas por novos proprietários e e noutros estão abandonadas. Era num destes imóveis que o casal morava com os menores. Dormiam todos num colchão, sem condições de higiene, sem porta de entrada e sem janelas.

A PSP, face à gravidade da situação e ao perigo a que estas crianças estavam expostas, acionou o INEM.

As crianças encontravam-se num extremo estado de insalubridade, denotando grave falta de higiene e, pelo menos num dos casos, hematomas no rosto. Um dos menores também estava febril.

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