jn.pt - 18 mar. 00:00
Paixão por um sabre sem lâmina
Paixão por um sabre sem lâmina
O treinador moderno vive tempos desajustados, a dimensão para o qual foi preparado é diferente, a ideia de uma só liderança e uma única responsabilidade está desgovernada. As maiores equipas e as histórias mais fabulosas foram sempre suportadas por um grande líder.
A beleza de um jardim recheado de galantes flores detém o nobre toque do seu genial criador, a lâmina pura é indispensável para o equilíbrio da justiça mais bela entre os homens. Pode o jardim florir com espigões afiados ou frutificar-se homens com um sabre sem lâmina?
Na grande maioria dos casos, o treinador já não é o semeador, colocam-se tulipas num canteiro de rosas, é lhe dado um sabre sem lâmina exigindo que prospere na adversidade dos espinhos. Assim se transforma uma paixão de vida numa tristeza agoniante. Não há horto nos desertos nem água que faça nascer capacidades na areia , treinar ou ir ao treino é uma ilusão, a vontade de lá estar já não é genuína, é simplesmente um hábito de vida, uma prisão inexplicável e uma desonra para o homem do sabre.
Salvo algumas exceções que ainda existem, os jogadores sabem e sentem, que quem os lidera não está disposto a sacrificar a sua posição pela sua paixão, o treinador é um simples representante dos inábeis e desqualificados da matéria, um "Ronin" perdido no tempo.
*Treinador