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Sismo na Turquia: onde foi, como se estendeu pela Europa e como ficou a zona atingida

Sismo na Turquia: onde foi, como se estendeu pela Europa e como ficou a zona atingida

Menos de 24 horas depois, a zona afectada pelo sismo de 7,8 graus de magnitude, entre a Turquia e a Síria, parece uma zona de guerra, tal o nível de destruição.

Na última madrugada, às 4h17 locais (menos três horas em Portugal continental), a Turquia e a Síria foram sacudidas por um forte sismo que atingiu 7,8 graus de magnitude na escala de Richter e que teve o epicentro a 35 quilómetros da cidade turca de Gaziantep. Em algumas zonas, a destruição foi imediata e milhares de pessoas ficaram desalojadas numa noite em que as temperaturas andavam próximas dos zero graus.

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Onze minutos depois, de acordo com os Serviços Geológicos dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), registou-se uma réplica de 6,7 graus de magnitude, seguindo-se centenas de outras. Já de manhã, dois outros sismos, um de 7,7 graus de magnitude junto à cidade de Ekinözü, na Turquia, e outro de 5,7 graus, abriram mais brechas em estradas e aeroportos, fizeram ruir prédios e bairros inteiros e transformaram a região num cenário de guerra.

Os mesmos serviços geológicos americanos explicam que a localização preliminar do sismo é na vizinhança de uma tripla junção de placas – entre as placas da Anatólia, Arábia e África.

O especialista português João Duarte, geólogo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, acrescenta que tudo aconteceu na confluência de duas falhas continentais muito importantes: a Falha do Mar Morto (com direcção Norte-Sul) e a Falha da Anatólia Oriental, ou Falha do Leste da Anatólia (com direcção Nordeste-Sudoeste). “É uma zona de fronteira de placas tectónicas complexa, o que a torna muito imprevisível e perigosa”, realçou ao PÚBLICO nesta segunda-feira de manhã.

Apesar de ter ocorrido a milhares de quilómetros de distância, o terramoto da Turquia foi registado em Portugal, na estação sísmica de Moncorvo, no distrito de Bragança, conforme divulgou o Instituto Português de Mar e da Atmosfera (IPMA).

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O mesmo aconteceu em estações de todo o mundo, como se vê na imagem abaixo, que representa a Europa. As ondas do tremor demoraram oito minutos a chegar à GronelândiaHá um mapa destes que mostra a sua passagem pelo Japão, por exemplo. Líbano, Iraque, Chipre, Israel e até o Egipto também sentiram fortemente o tremor.

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Num relatório entretanto publicado, o USGS diz que há uma grande probabilidade (47%) de o número total de mortos ser entre mil e dez mil.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, não arrisca avançar com um número de vítimas, mas fala-se já em mais de 2200. “Esperamos superar este desastre juntos o mais rápido possível e com o mínimo de danos”, escreveu na sua conta da rede social Twitter. “Não sabemos qual será o número total de vítimas.” Fuat Oktay, vice-presidente, convocou uma conferência de imprensa para explicar que há mais de 1700 edifícios que ruiram em dez províncias, mas esse número já terá superado os 2800.

Há relatos, nas redes sociais, sobre a duração destes abalos. "O terramoto foi muito forte, muito assustador", conta Ihnsance Tintas, cidadão turco. "Demorou quase dois minutos até o tremor parar." O nascer do dia trouxe à luz os estragos feitos pelo sismo e respectivas réplicas.

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