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Cinema francês lança o seu festival online para todo o mundo

Cinema francês lança o seu festival online para todo o mundo

Já está em marcha a 13.ª edição do My French Film Festival. Há 10 longas metragens e dez curtas em competição até ao dia 13 de fevereiro. Ucrânia também está incluída.

Como o nome indica, o My French Film Festival é uma forma personalizada de streaming na internet onde se pode ver algum do melhor cinema francês da atualidade. Organizado pela Unifrance, a entidade responsável pela divulgação do cinema francês no estrangeiro, o festival decorre até 13 de fevereiro, exclusivamente online, um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal.

Pela primeira vez, o festival chega também à Ucrânia, uma forma de apoiar o país através da difusão cultural.

Num documento assinado pelo presidente da Unifrance, Serge Toubiana, antigo chefe de redação da revista de crítica "Cahiers du Cinéma" e presidente da Cinemateca Francesa, e pela diretora-geral da instituição, Daniela Elstner é frisado que "o festival fez sempre seu estandarte a liberdade artística e narrativa, a liberdade dos temas abordados e a liberdade de troca, abolindo fronteiras através da circulação de várias centenas de filmes em todo o mundo". Ao longo das suas 12 edições anteriores, foram contabilizadas mais de 78 milhões de visualizações!

Legendados em dez línguas, incluindo português

As dez longas-metragens e dez curtas em competição foram escolhidas entre alguns dos filmes franceses que no último ano fizeram o percurso dos grandes festivais de cinema, além de outra obras recentes ou clássicas.

O preço indicativo é de 1,99 euros por filme, ou 7,99 pelo conjunto completo de 20 títulos à disposição. Os filmes estão legendadas em mais de uma dezena de línguas: inglês, espanhol, alemão, italiano, português, russo, japonês, coreano, ucraniano, árabe e mandarim.

A parte competitiva do festival será julgada por um júri internacional composto por cinco realizadores: a alemã Emily Atef, o finlandês Juho Kuosmanen, a japonesa Chie Hayakawa, o ucraniano Sergei Loznitsa e o espanhol Albert Serra. Estes dois últimos têm ligações diretas ao cinema português: Loznitsa fez uma curta metragem produzida pelo Festival Curtas de Vila do Conde; e Serra é ultimamente produzido pela Rosa Filmes de Joaquim Sapinho.

Em cada um dos países que aderiram ao festival, o acesso faz-se através de uma plataforma local; em Portugal, e em Espanha, é na Filmin que pode visionar os filmes.

"Os magnéticos" está entre os melhores

Por razões específicas de cada mercado - pode haver alguns títulos ainda à espera de estreia em sala - nem todos os títulos poderão estar disponíveis. Assim, através da Filmin Portugal, pode assistir a filmes como "Os magnéticos", de Vincent Maël Cardona, vencedor do César de Melhor Primeiro Filme e premiado na Quinzena dos Realizadores de Cannes. O nascimento das rádios independentes, o acesso da esquerda ao poder, o início dos anos de 1980 é o pano de fundo da vida de dois irmãos que sonham em mudar o mundo.

Vencedor do prémio da secção Encounters em Berlim, "Nós", de Alice Diop é um documentário que acompanha várias pessoas que apanham diariamente a linha do RER B, que cruza a cidade de Paris de norte a sul, numa viagem pelos lugares anónimos a que se chama periferia.

Primeira longa-metragem de Caroline Monnet, oriunda da arte contemporânea e coprodução com o Canadá, "A contrabandista" acompanha duas mulheres, radicalmente opostas, que dividem uma comunidade indígena em dois clãs.

Também primeira longa-metragem, realizada de forma sensível e melancólica por Louda Bem Salah-Cazanas, "O mundo atrás de nós" esboça o retrato de um escritor aprendiz, vivendo de pequenos esquemas e partilhando um quarto, cujo encontro com uma jovem vai não só obrigá-lo a repensar o estilo de vida que leva, como a questionar mesmo se este encontro irá ou não influenciar a sua escrita.

Olivier Assayas entre as curtas

Além destas longas-metragens, há ainda uma seleção de oito curtas, entre as quais um dos primeiros filmes de Olivier Assayas, "Deixado Inacabado em Tóquio", realizado em 1983, "Marianne", de Julien Gaspar-Oliveri, um filme de encomenda que faz parte de uma coleção de curtas sobre heroísmo feminino, aqui centrado numa mulher que salvou várias crianças no maciço montanhoso dos Vosges, ou ainda "Paloma", realizado e interpretado por Hugo Bardin. Depois de roubar a urna com as cinzas do seu falecido companheiro, Paloma, uma drag queen espalhafatosa, conhece Mike, um camionista calado e melancólico, com quem percorre de camião um trajeto até Paris, numa viagem de um dia e uma noite para superar a solidão.

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