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Corrupção, fugas e ligações ao Kremlin? O que fizeram os oligarcas russos depois

Corrupção, fugas e ligações ao Kremlin? O que fizeram os oligarcas russos depois

Como vivem os poderosos oligarcas na sequência das sanções à Rússia? Um olhar sobre as suas histórias, bens confiscados e propriedades que deixaram ao abandono. A segunda parte de uma reportagem do The Telegraph.

A fuga de oligarcas da Grã-Bretanha deixou um portefólio de propriedades de valores astronómicos, que estão efetivamente às moscas. Um relatório de fevereiro de 2022 da organização anticorrupção Transparency International calculou que cerca de 174 propriedades no Reino Unido, com um valor global de 1,5 mil milhões de libras (pouco acima de 1,7 mil milhões de euros), tinham sido compradas usando aquilo que esta entidade descreve como sendo "fortuna suspeita", por russos acusados de corrupção ou com ligações ao Kremlin.

A opulência e extravagância destas propriedades-fantasma são avassaladoras. Em 2014, crê-se que o empresário russo Andrey Guryev terá gastado um montante estimado de 51 milhões de libras [o que, corrigido com inflação e flutuação monetária, seria o equivalente hoje a 65 milhões de libras, logo rondaria os 74 milhões de euros] na aquisição de uma penthouse de cinco andares no edifício The Tower, no St George’s Wharf, nas margens do Rio Tamisa, em Vauxhall – o bloco residencial mais alto de Londres, com algumas das mais espetaculares vistas da capital sobre a cidade.

Guryev, de 62 anos, cujo valor líquido da fortuna pessoal foi estimado pela Bloomberg como estando na fasquia dos 9,2 mil milhões de dólares (rondando os 8,5 mil milhões de euros) é o fundador e antigo presidente da PhosAgro, uma das quatro maiores produtoras do mundo de adubos fosfatados – as receitas da empresa aumentaram astronomicamente em resultado da subida em espiral dos preços desde a eclosão da guerra.

Vladimir Putin com Andrey Guryev (no lado esquerdo) e Andrei Mordashov (no lado direito) em Cherepovets, Rússia, a fevereiro de 2020. Vladimir Putin com Andrey Guryev (no lado esquerdo) e Andrei Mordashov (no lado direito) em Cherepovets, Rússia, a fevereiro de 2020. Foto: Getty Images

Ele e o seu filho de 40 anos, também Andrey, CEO e ex-presidente do conselho de administração da empresa, constam ambos da lista de sanções do Reino Unido. Em 2015, a mulher de Andrey Jr., Valeria, deixou os colunistas de mexericos todos em burburinho ao publicar na sua página no Instagram uma fotografia sua com uma minissaia preta, em cima de uma potente motorizada, descrevendo-se a si própria como "demasiado bonita para trabalhar". A sua conta foi, desde então, fechada.

Segundo uma visita habitual da penthouse dos Guryev, nela há sofás forrados com pele de chinchila, uma piscina com o fundo revestido a folha de ouro, portas à prova de bala com três metros de altura e uma capela Ortodoxa russa, cujas peças foram enviadas para lá por navio, uma a uma.

Nos quatro anos que demorou a completar as obras na casa, Guryev fazia visitas ocasionais, ordenando que paredes que havia mandado construir fossem deitadas abaixo ou erigidas noutro sítio qualquer, acessórios e equipamentos que ele tinha escolhido pessoalmente, deitados para o lixo e substituídos. A despesa foi "astronómica".

Andrey A. Guryev, CEO e ex-presidente do conselho de administração da PhosAgro, na cerimónia de abertura do Campeonato Mundial de Xadrez de 2016 no The Plaza Hotel em Nova Iorque, novembro de 2016. Andrey A. Guryev, CEO e ex-presidente do conselho de administração da PhosAgro, na cerimónia de abertura do Campeonato Mundial de Xadrez de 2016 no The Plaza Hotel em Nova Iorque, novembro de 2016. Foto: Getty Images

Quanto tempo, se é que algum, Guryev e a família de facto lá passaram, não se sabe. Quando o Telegraph fez uma visita a The Tower (átrio amplo, porteiro de chapéu-de-coco, e muitos metros quadrados de chão de mármore), foi-nos dito que a administração do edifício "não tinha conhecimento" de quem ocupava a penthouse.

Crê-se também que Guryev seja dono de Witanhurst, em Highgate, uma propriedade palaciana com 25 quartos, instalada num terreno com 4,5 hectares – a maior residência particular em Londres logo a seguir ao Palácio de Buckingham. Diz-se que Guryev comprou Witanhurst em 2008 por 50 milhões de libras [o que, corrigido com inflação e flutuação monetária, seria o equivalente hoje a 73,3 milhões de libras, pelo que rondaria os 83,7 milhões de euros] através de uma empresa offshore, registada nas Ilhas Virgem britânicas.

Ao longo dos cinco anos seguintes, foram feitas profundas modificações na propriedade, incluindo a instalação de um cinema na cave, a construção de uma piscina com 21,3 metros e aposentos para o corpo de funcionários. Hoje em dia está avaliada, de acordo com o último valor reportado, em 300 milhões de libras (perto de 343 milhões de euros), fazendo dela a propriedade mais cara de Londres.

Mansão Witanhurst, Inglaterra, em 1969. Mansão Witanhurst, Inglaterra, em 1969. Foto: Getty Images

A curta distância, a pé, de Witanhurst fica Beechwood House, uma mansão do século XIX inscrita na Lista de Edifícios com Interesse Nível II [os especialmente importantes e de particular interesse] do Reino Unido, que foi comprada em 2008 por Alisher Usmanov pelo montante então noticiado de 84 milhões de libras [equivalente hoje, corrigido com inflação e flutuação monetária, a cerca de 70,4 milhões de libras, logo, perto de 80,4 milhões de euros] e que atualmente se estima que valha 82 milhões de libras (pouco mais de 93,6 milhões de euros). Segundo o governo do Reino Unido, que impôs sanções a Usmanov em março, ele é também dono de outra propriedade emblemática, Sutton Place, um solar Tudor em Surrey, inscrita na Lista de Edifícios com Interesse Nível I [de interesse excecional], que em tempos foi a casa de J. Paul Getty.

Tal como acontece com todas as propriedades oligarcas, a propriedade está envolvida num manto de empresas offshore. Mas na sequência das sanções impostas a Usmanov, um porta-voz seu disse que as propriedades do multimilionário em Londres e o seu iate tinham sido transferidos para "trusts inalienáveis" em 2006, muito antes da ameaça das sanções, colocando-os de facto além do alcance das autoridades britânicas.

J. Paul Getty no jardim de Sutton Place em Inglaterra, outubro de 1959. J. Paul Getty no jardim de Sutton Place em Inglaterra, outubro de 1959. Foto: Getty Images

Depois há Oleg Deripaska, um magnata do alumínio e, segundo consta, "o industrial favorito de Putin", que o Tesouro dos EUA alegou ter levado a cabo operações de lavagem de capitais para o presidente russo – uma sugestão que Deripaska já refutou como sendo "um mexerico sem fundamento" e uma "militarização deliberada da influência legal dos EUA para fins políticos". O portefólio de propriedades de Deripaska inclui Hamstone House, uma mansão Art Déco em Weybridge no valor de 18 milhões de libras (cerca de 20,5 milhões de euros), que ele detém por meio de uma empresa sedeada em Chipre, a Edenfield Investments; uma moradia na cidade, em Mayfair; e uma propriedade de 50 milhões de libras (quase 57 milhões de euros) na Belgrave Square de Londres, detida por uma empresa das Ilhas Virgem britânicas.

Em março, um grupo de ativistas ocupou esta última propriedade, dizendo que tinha intenções de a usar como um centro para refugiados. No exterior penduraram bandeiras ucranianas e faixas que diziam "Esta propriedade foi libertada" e "Putin vai-te f**er", antes de serem despejados pela polícia.

Hoje paira sobre a imponente mansão com fachada de alvenaria um ar de abandono. A porta da frente está resguardada por trás de chapas de aço. Os loureiros no alpendre definharam e morreram, as plantas ornamentais na varanda do primeiro andar tombaram e o correio acumulou-se à entrada do pátio fundo, numa pilha ensopada – incluindo um panfleto otimista de um agente imobiliário local, oferecendo os seus serviços.

Em março, um grupo de ativistas ocupou esta última propriedade, dizendo que tinha intenções de a usar como um centro para refugiados. Em março, um grupo de ativistas ocupou esta última propriedade, dizendo que tinha intenções de a usar como um centro para refugiados. Foto: Getty Images

Deripaska também é proprietário de uma penthouse de luxo em Moscovo, com vista panorâmica para a Catedral do Cristo Salvador, o que lhe confere a oportunidade de fazer alguma reflexão espiritual – que se diz ser, de algum modo, animada pelos três varões de dança que têm instalados frente à janela.

Em outubro, a Agência Nacional do Crime (NCA, na sigla inglesa) do Reino Unido deteve o empresário britânico e gestor imobiliário Graham Bonham-Carter, na sequência de um pedido de extradição dos EUA, onde Deripaska já é alvo de sanções desde 2018. Bonham-Carter está a ser investigado por alegadamente ter transferido mais de um milhão de dólares (919,4 mil euros) para pagar a manutenção de três propriedades de que Deripaska é dono e de tentar transferir obras de arte de uma leiloeira em Nova Iorque para Londres "através de falsa representação, escondendo o facto de a propriedade das peças de arte ser de Deripaska".

Em março deste ano, a NCA obteve mandados para congelar duas contas bancárias detidas por Bonham-Carter, com fundamento no facto de existirem fundadas dúvidas de suspeita de que dinheiro existente nas contas (aproximadamente 110 mil libras [125.290 euros]) era proveniente do branqueamento de capitais pertencentes a Deripaska.

Bonham-Carter encontra-se presentemente em liberdade sob caução. O Telegraph fez diversas tentativas para o contactar, mas sem sucesso.

Oleg Deripaska durante uma conferência de imprensa em Moscovo, junho de 2022. Oleg Deripaska durante uma conferência de imprensa em Moscovo, junho de 2022. Foto: Getty Images

Embora a maioria dos oligarcas com casas estabelecidas na Grã-Bretanha tenha fugido ou sido impedida de entrar no país, pode apresentar requerimentos ao Gabinete da Execução de Sanções Financeiras para obter autorização de modo a reter a manutenção de uma propriedade e as "despesas de subsistência" da mesma.

Em outubro, a Petr Aven, que está sob investigação por parte da NCA por ter violado as sanções impostas, foi concedida uma mesada de 60 mil libras (68.342,68 euros) por mês, mais um pagamento único de 388 mil libras (441.949,33 euros) – num total de um milhão de libras (1.139.000 euros) – pelo Tesouro do Reino Unido. Os fundos foram libertados das contas congeladas de Aven para a manutenção das suas três propriedades, incluindo a sua mansão Wentworth Estate – que, segundo se diz, contém um abrigo à prova de bomba para a tornar "à prova do KGB" – e pagar "dívidas prementes", inclusive propinas para manter um dos seus filhos numa escola privada, de acordo com documentos do tribunal.

A NCA recorreu ao tribunal para congelar nove contas ligadas a empresas de Aven depois de ter sido alertada para alegadas transações suspeitas relacionadas com a importação de automóveis de luxo. Contudo, o Supremo Tribunal decidiu a favor de Aven e anulou a anterior sentença do tribunal de instância inferior, que ditou os mandados para congelar as contas.

Petr Aven no Palácio Presidencial no Vietname, novembro de  2006. Petr Aven no Palácio Presidencial no Vietname, novembro de 2006. Foto: Getty Images

Bill Browder, o financeiro americano cujo fundo de investimento Hermitage Capital Management foi defraudado em 2007 num valor que ascendeu aos 230 milhões de dólares [equivalente hoje, corrigido com inflação e flutuação monetária, a mais de 329 milhões de dólares, ou seja, um pouco acima de 302,4 milhões de euros] por um gangue criminoso russo a colaborar com as autoridades do seu país, crê que o caso de Aven demonstra simultaneamente como as sanções podem ser eficazes e o que é preciso fazer para as tornar ainda mais eficientes.

"Se pensarem na quantidade de dinheiro que Aven tem, acreditem quando vos digo que ele não está nada satisfeito por só ter um milhão por ano para viver. Ele estava a gozar um estilo de vida no Reino Unido que excedia isso em muito", diz Browder. O financeiro pode ser descrito como o pai das sanções. O seu amigo e consultor fiscal Sergei Magnitsky pôs a nu o roubo na Hermitage Capital, mas foi detido e metido na prisão sem julgamento em Moscovo durante quase um ano. Morreu na cadeia em novembro de 2009 depois de ter sido espancado e de lhe ter sido negado tratamento médico. Tinha 37 anos.

Browder começou a tratar de obter justiça para o seu amigo, persuadindo a Administração Obama a adotar a Lei Magnitsky, um diploma americano aprovado em 2012 que deu ao governo dos EUA o poder de aplicar sanções aos elementos das autoridades e do governo russos envolvidos na morte de Magnitsky e que tem, desde então, servido de ponto de partida para as sanções usadas pelo Ocidente contra os russos.

"As sanções estão a funcionar totalmente", afirma Browder. "É um jogo do gato e do rato. As autoridades têm de compreender que estes russos levaram 20 anos a criar as estruturas mais labirínticas possíveis, de modo a evitar o escrutínio das pessoas e que acedessem ao seu dinheiro. É preciso muito vigor da parte do Ocidente para lhes impor devidamente sanções. Mas os governos são rápidos [a perceber]… Alguns destes tipos o Reino Unido não pode expulsar porque são cidadãos britânicos. Só que não importa realmente onde é que eles vivem, o importante é que se possa congelar os bens deles.

"Os oligarcas são os guardiães e os depositários da riqueza de Putin", crê Browder. Portanto, basicamente, ao fazerem isto, estão a congelar os bens de Putin. Mas uma coisa é congelar os bens. A fase seguinte é que nós precisamos usar o capital congelado e dá-lo à Ucrânia."

Um dos problemas na aplicação de sanções é a vasta variedade de recursos.

A NCA tem o duplo papel de criar relatórios de inteligência para aconselhar o governo sobre quem sancionar e investigar as violações-crime das sanções impostas. Esta agência é também responsável por combater o tráfico de armas, pessoas e drogas, tudo isto com um orçamento de 798 milhões de libras [perto de 909 milhões de euros] por ano – bem menos do que o valor conjunto dos giga-iates Dilbar e Solaris.

Solaris, o iate de luxo privado do russo Roman Abramovich, ancorado ao largo da costa de Yalikavak, Mugla, Turquia, em abril de 2022. Solaris, o iate de luxo privado do russo Roman Abramovich, ancorado ao largo da costa de Yalikavak, Mugla, Turquia, em abril de 2022. Foto: Getty Images

O MI5 também está a ajudar na perseguição aos oligarcas mais chegados a Putin. O diretor-geral desta agência de serviços secretos Ken McCallum confirmou isso mesmo num discurso, em novembro, em que disse que continuavam a trabalhar intensamente para tornar o Reino Unido "o mais difícil cenário de operações possível para as atividades furtivas russas". Além das tentativas de assassinatos, disse ele, "o kit de ferramentas furtivas" russo incluía ciberataques, desinformação, espionagem, ingerência na democracia "e a utilização de oligarcas, e outros, alinhados com Putin como instrumentos de influência".

No final do verão, os britânicos que lutavam pela Ucrânia e foram capturados pelos russos na região ocupada de Donetsk foram libertados e repatriados de volta para o Reino Unido. A bordo do avião estava Roman Abramovich, que deu aos homens iPhones novinhos em folha, permitindo àqueles homens ligarem às famílias. Foi um brilhante golpe de propaganda. Um dos homens insistiu que Abramovich devia, em resultado disso, ver levantadas as sanções impostas contra ele.

Christopher Steele é o ex-diretor da Delegação do MI6 em Moscovo, que em 2017 foi obrigado a revelar a sua identidade depois de ter sido tornado público o seu relatório acerca das alegações de conluio da Rússia na campanha eleitoral de Donald Trump, incluindo as afirmações refutadas de terem estado prostitutas a praticar atos sexuais no quarto do hotel da capital russa onde Trump pernoitou em 2013.

Steele afirma que a Grã-Bretanha perdeu a oportunidade de criar um regime sancionatório eficaz muito antes da invasão. Tinham ocorrido outros eventos-charneira, diz ele, tais como o envenenamento de Litvinenko, em 2006 (foi ele quem liderou a reação do MI6 a este homicídio) e a tentativa de assassinato de Sergei Skripal, em 2018, mas apesar da adoção de algumas sanções após a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, "a realidade é que nós não temos, no governo, a perícia para aplicar bem sanções".

Roman Abramovich no jogo final entre Chelsea e Palmeiras no Estádio Mohammed Bin Zayed a 12 de fevereiro de 2022 em Abu Dhabi Roman Abramovich no jogo final entre Chelsea e Palmeiras no Estádio Mohammed Bin Zayed a 12 de fevereiro de 2022 em Abu Dhabi Foto: Getty image

"O Reino Unido não tinha instalados recursos para ir atrás dos magnatas russos tão rapidamente quanto necessário – agora estão a brincar ao jogo da apanhada." A tarefa de congelar ativos foi tornada mais difícil, crê ele, porque alguns oligarcas foram "pré-avisados" acerca da invasão da Ucrânia. Mas congelar bens é uma coisa. Outro problema – possivelmente maior – é o que fazer com eles.

Nos primeiros tempos das sanções, foi alegremente aventada a ideia de que os bens congelados deviam ser vendidos e que as receitas obtidas deviam ser dadas ao esforço de guerra da Ucrânia. Confiscar propriedades – ou iates ou avi��es – é, no entanto, mais fácil de dizer do que de fazer.

Um dos caminhos possíveis seria obter uma Decisão de Enriquecimento Sem Causa (UWO, na sigla inglesa), visando pessoas ligadas a crimes graves. "As UWO foram, de facto, concebidas para, digamos, traficantes de estupefacientes alegando que ganham 15 mil libras (pouco mais de 17 mil euros) por ano, mas que andam por aí a conduzir Mercedes e são donos de grandes mansões", diz a dra. Justine Walker da ACAMS. "E a questão é: como é que ganharam esse dinheiro? Mas vai ser muito difícil apontar a mira aos oligarcas com base em enriquecimento sem justa causa a não ser que se consiga provar em tribunal que os capitais são proveitos da corrupção. Não há uma maneira de nós realmente virmos a ser capazes de fazer isso, porque tal exigiria a cooperação das autoridades e bancos russos."

Entretanto, diz a dra. Walker, há ainda outra dor de cabeça. "Os governos pelo mundo fura nunca [antes] detiveram tantos ativos de indivíduos sujeitos a sanções… Como é que se gere tudo isto? Ao longo dos próximos meses vai haver problemas que se vão tornar cruciais."

E o que vai acontecer quando a guerra na Ucrânia terminar e as sanções forem levantadas? Poderá então Alisher Usmanov regressar a Sutton Place e Andrey Guryev a Witanhurst?

"Se as sanções fossem levantas amanhã e não houvesse restrições às viagens", diz a dra. Walker, "então, com certeza, eles poderiam mudar-se de novo para essas casas." Mas, depois de tudo o que aconteceu, será que eles quereriam fazê-lo?

Mick Brown e Robert Mesndick
Telegraph Media Group Ltd / Atlântico Press

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