eco.sapo.pt - 28 jan. 15:22
Índice da incerteza do FMI aliviou em dezembro, mas guerra continua a pesar na economia
Índice da incerteza do FMI aliviou em dezembro, mas guerra continua a pesar na economia
FMI adverte que, embora os níveis de incerteza global tenham registado um decréscimo em dezembro, o conflito na Ucrânia continua a ser um fator de peso que prejudica o crescimento económico.
Do Brexit às tensões entre as duas maiores economias do mundo, da pandemia de Covid-19 à guerra na Ucrânia, a economia global tem sido abalada por vários choques nos últimos anos, elevando os níveis de incerteza e, consequentemente, prejudicando o crescimento económico.
O Índice de Incerteza Mundial do Fundo Monetário Internacional (FMI), atualizado esta quinta-feira, mostra que, embora os níveis de incerteza a nível global tenham caído em dezembro, permanecem elevados, com a invasão russa da Ucrânia a continuar a ser o fator dominante (19%).
Fonte: Fundo Monetário Internacional
Para chegar a esta conclusão, os analistas do FMI recorreram a relatórios da Economist Intelligence Unit, o que permitiu classificar as principais fontes de incerteza.
Observando o gráfico da instituição liderada por Kristalina Georgieva pode notar-se que os níveis de incerteza global deram um salto após o “sim” vencer o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia. Ainda que ligeiramente menos significativo, outro grande aumento surgiu na sequência da vitória de Donald Trump nas eleições Presidenciais de 2016 dos Estados Unidos, seguindo-se a guerra comercial entre EUA e China.
Fonte: Fundo Monetário Internacional
O pico da incerteza global aconteceu, porém, em meados de 2019 com as tensões comerciais e os efeitos do Brexit, seguindo-se o início da pandemia de Covid-19 em 2020 e, finalmente, o choque provocado pela invasão russa da Ucrânia quase dois anos mais tarde, bem como pela “renovada incerteza comercial associada ao risco de fragmentação geoeconómica”.
Esta análise, que até aqui era atualizada trimestralmente, passa agora a ser feita mês a mês, “para melhor acompanhar a evolução” das circunstâncias, incorporando dados de 71 países desde o ano 2008, marcado pela crise financeira internacional.