dinheirovivo.pt - 25 jan. 18:07
62% dos trabalhadores europeus aspiram a mudar rapidamente de carreira
62% dos trabalhadores europeus aspiram a mudar rapidamente de carreira
Estudo realizado a mais de 6000 profissionais europeus revela que mudança de emprego é agora mais comum e apenas 10% dos inquiridos nunca consideraram mudar de carreira.
Os percursos profissionais tornaram-se mais dinâmicos, a mudança mais comum, e a construção de uma carreira pode incluir vários empregos. Estas são algumas das conclusões do estudo "A Grande Reflexão", realizado pela Michael Page, entre julho e setembro de 2022, a 6286 trabalhadores europeus.
Destaca-se o facto de a maioria dos candidatos aspirarem a mudar de carreira rapidamente, sendo que aproximadamente 62% dos profissionais ou já mudaram de carreira (38%) ou estão em processo de mudança (24%). Por outro lado, apenas 10% dos inquiridos revelou nunca ter considerado mudar o seu percurso profissional.
Destes candidatos, 46% acreditam ter o emprego ideal, enquanto 22% são da opinião de que mudar de carreira parece complicado ou arriscado. Cerca de 12% dos profissionais já considerou mudar o seu percurso profissional, mas não pretende fazê-lo.
Quando questionados sobre quanto tempo ficariam na mesma posição antes de considerarem mudar, mais de 35% dos trabalhadores responderam "entre três e cinco anos", mas três anos foi a resposta mais frequente.
Maria João Quelhas diz ser frequente chegar a um momento de "encruzilhada" que exige séria reflexão antes de tomar uma decisão que pode ter "profundas consequências". A senior manager da Michael Page sales & marketing, diz que "os dias em que uma carreira bem-sucedida era maioritariamente definida pela estabilidade terminaram" e sublinha que os dados comprovam a "turbulência" no mercado de trabalho que acaba por se traduzir na vontade "de conhecimento de novas realidades".
Ainda que a dinâmica do mercado atual possa ser descrita como "turbulenta", continua a ser raro mudar de carreira de forma repentina. Na verdade, 41% dos inquiridos afirmaram ter demorado vários meses ou anos a tomar uma decisão, enquanto 32% disseram ter sido encorajados por situações concretas, tais como perder o emprego (23%), sofrer uma crise relacionada com a covid-19 (14%) ou ser impactados pela cultura ou estrutura da empresa (13%).
Como principais fatores de motivação para a mudança, os profissionais apontaram ainda a predisposição para aprender coisas novas (56%) e o potencial para estarem abertos a novas oportunidades e percursos profissionais (46%).
As necessidades dos colaboradores
Nem só de crescimento profissional se faz uma carreira e cada vez mais profissionais procuram um sentido e realização no desempenho das suas funções.
Cerca de 39% dos inquiridos desejam trabalhar numa empresa com um forte propósito, enquanto 32% procuram carreiras alinhadas com os seus valores pessoais. Os interesses e responsabilidades pessoais também são um fator importante, com 41% dos candidatos a almejar um melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
A realização pessoal no trabalho também depende das empresas e dos compromissos que assumem na área da responsabilidade social. Três quartos dos trabalhadores europeus afirmaram que querem trabalhar para organizações que desenvolvam atividades neste sentido.
A formação e upskilling foram também fatores apontados como essenciais e 71% dos inquiridos colocaram o desenvolvimento da formação profissional entre os benefícios mais desejados, à frente de regalias tradicionais como sistemas de saúde ou utilização de veículo da empresa.
Por fim, a procura de flexibilidade e de um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal - necessidades que se tornaram mais prementes com a pandemia -, 59% dos trabalhadores gostariam de trabalhar remotamente a tempo inteiro ou parcial.