observador.ptobservador.pt - 9 dez. 12:05

EUA. Polícia identifica corpo de rapaz morto há 65 anos com recurso a ADN

EUA. Polícia identifica corpo de rapaz morto há 65 anos com recurso a ADN

Técnica de "genealogia genética" permitiu às autoridades descobrir a identidade do rapaz de 4 anos que, até agora, era apenas conhecido como "Boy in a Box". Polícia espera agora descobrir o assassino.

O corpo de uma criança que morreu há 65 anos em Filadélfia, no estado norte-americano da Pensilvânia, foi identificado e o seu nome revelado esta quinta-feira pelas autoridades. Trata-se de Joseph Augustus Zarelli, morto em 1957 com apenas 4 anos, e cujo corpo foi encontrado numa caixa de cartão, o que levou a que durante décadas fosse conhecido como “Boy in a Box”.

Segundo a NBC Philadelphia, as autoridades conseguiram determinar a identidade de Joseph graças a avanços na tecnologia de análise de ADN. Através de uma técnica emergente, conhecida como “genealogia genética”, investigadores forenses conseguiram identificar a mãe do rapaz e, através disso, obter um certificado de nascimento, do qual constava ainda o nome do pai (ambos os progenitores já morreram, e as suas identidades não foram reveladas).

“Quando as pessoas pensam no ‘Boy in a  Box’, sentem uma tristeza profunda, não só porque uma criança foi assassinada mas porque toda a sua identidade e o seu direito à existência foi roubado”, declarou a comissária da Polícia de Filadélfia, Danielle Outlaw. “E, apesar do seu nome permanecer desconhecido durante 65 anos, a história trágica desta criança nunca foi esquecida pela comunidade, pela Polícia de Filadélfia e pelos nossos parceiros”.

A brutalidade do crime e da forma como o corpo foi encontrado abalou durante anos a comunidade local, bem como os investigadores, que nunca foram capazes de identificar Joseph. Durante anos, a sua sepultura estava marcada simplesmente como “America’s Unknown Child” (criança desconhecida da América).

“O nosso menino já não é mais o ‘Boy in a Box’; tem um nome, e eu cresci a acreditar que quando dizemos o nome de um ente querido, o espírito dessa pessoa continua vivo entre nós”, afirmou Bill Fleisher da Vidocq Society, um grupo de voluntários que apoia as autoridades na resolução de casos arquivados. A associação “vai agora pôr um nome na campa da criança. Joseph Augustus Zarelli já não vai mais ser o ‘Boy in a Box’, e não vai permanecer desconhecido”.

O mistério em torno da sua identidade levou ao despontar de teorias da conspiração que procuravam dar resposta à questão. Em 1998, o corpo de Joseph foi exumado pela primeira vez para ser feita uma autópsia e recolher amostras de ADN. No entanto, apesar dos avanços tecnológicos registados à época, o ADN do rapaz encontrava-se demasiado degradado para se conseguirem obter respostas conclusivas. Em 2019, Joseph foi exumado por uma segunda vez e, desta feita, foi possível resolver o caso.

As atenções da polícia estão agora viradas para a descoberta do assassino. Jason Smith, da unidade de homicídios da Polícia de Filadélfia, confirmou que as autoridades têm as suas suspeitas, mas sublinhou que seria “irresponsável” avançar com nomes conjeturais. A complicar as coisas está ainda a antiguidade do caso que torna cada vez mais difícil a descoberta de novas informações. “Poderemos não fazer nenhuma detenção”, admitiu Smith. “Podemos até nunca identificar [o assassino]. Mas vamos dar o nosso melhor”, assegurou.

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