observador.pt - 2 out. 11:02
"Distopia". Durante 13 anos Tiago Afonso filmou o Porto que desapareceu quando os bairros ficaram vazios
"Distopia". Durante 13 anos Tiago Afonso filmou o Porto que desapareceu quando os bairros ficaram vazios
Esteve no DocLisboa, esteve no Porto/Post/Doc, está agora na HBO Max. Um documentário de Tiago Afonso, para mostrar as pessoas forçadas a mudar e o que mudou nas pessoas (e na cidade).
No início de “Distopia”, documentário que já está disponível na HBO Max, o realizador Tiago Afonso dá coordenadas sobre o significado de gentrificação e processos de mudança social nas cidades. O realizador demorou treze anos a terminar o filme, entre 2007 e 2020 filmou o que se ia passando em algumas zonas do Porto, no Bacelo, no Bairro do Aleixo e na Feira da Vandoma. A dado momento, nesta conversa, diz ao Observador que “na altura dava para ver os estragos, agora dá para ver as consequências.”
Quando se pensa em gentrificação, o hábito é o de concentrar atenções nas consequências. Talvez pelo medo de que elas cheguem até nós, das mais diversas formas. Em “Distopia” filma-se o estrago, a mudança pela demolição, expulsão, realojamento ou criação de novas localizações. Há um transtorno constante ao longo dos 60 minutos do filme: é um retrato de um passado mas, de certa forma, sente-se permanentemente como um presente. “Distopia” ganhou o prémio HBO Portugal para Melhor filme da Competição Portuguesa no DocLisboa 2021, bem como o Cinema Falado Award no Porto/Post/Doc 2021.
[o trailer de “Distopia”:]
Este artigo é exclusivo para os nossos assinantes: assine agora e beneficie de leitura ilimitada e outras vantagens. Caso já seja assinante inicie aqui a sua sessão. Se pensa que esta mensagem está em erro, contacte o nosso apoio a cliente.