Observador - 1 out. 00:22
Ao contrário do dr. Costa, a realidade não engana
Ao contrário do dr. Costa, a realidade não engana
Dado que a trapaça do “apoio às famílias” acabou rapidamente desmontada, o dr. Costa viu-se obrigado a recorrer a múltiplos delírios socialistas, na esperança, razoável, de que se tornassem colectivos
Na quarta-feira, o seguinte texto surgiu no Twitter do dr. Costa: “A Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto-Vigo traduz as grandes opções estratégicas que definimos para #Portugal em 2015: estarmos na primeira linha da luta contra as alterações climáticas, mudando o paradigma de mobilidade e investindo na ferrovia, e promovermos a coesão interna.”
É escusado apurar se o autor disto foi o dr. Costa ou um empregado. A linguagem de trapos, a estonteante sucessão de clichés ordinários e a proliferação de patranhas chegam e sobram para consagrar um estilo. Se não chegassem, e sobrassem, o estilo seria evidente na fotografia que acompanha o texto: uma imagem do dr. Costa em típica gargalhada, rodeado por figurinhas do socialismo autárquico, todas a rir em obediência ao chefe, todas com as mãos papudas cruzadas sobre os abdómens dilatados. Banha-da-cobra, de facto. Uma pessoa olha para aquilo, palavras e imagem, e percebe imediatamente estar no movediço terreno da tramóia, e das criaturas a evitar com o zelo com que se evita a rubéola.
Uma pessoa, vírgula. Nunca devemos subvalorizar a inclinação de boa parte da humanidade para acreditar em mentirosos flagrantes. Uma parte, felizmente menor, até acredita em políticos. E uma parte menoríssima, infelizmente com residência em Portugal, acredita no dr. Costa. É para estes que o dr. Costa fala e, no sentido muito livre e irresponsável do termo, “governa”. E é deles que o dr. Costa ri.
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