ionline.sapo.ptJosé Paulo do Carmo - 23 set. 09:06

As loucas festas de Lisboa

As loucas festas de Lisboa

Talvez tenhamos passado a dar mais valor à vida ou a ter uma percepção mais real que é melhor aproveitarmos enquanto podemos porque tudo pode mudar num ápice.

Abre-se uma nova época na noite de Lisboa, ou pelo menos assim parece. Dá até ideia que a pandemia neste particular fez bem a algumas pessoas. Isso começa-se a refletir no entretenimento com o aparecimento de cada vez mais festas bem pensadas, estruturadas com conceitos que são efetivamente postos em prática, com dress code finalmente respeitados e isso traz uma outra magia aos conteúdos que vão sendo apresentados. Começam a surgir festas que suscitam o interesse e a curiosidade de muitos, a fazer lembrar o antigamente mas num outro formato logicamente adequado aos tempos que correm. Volta a pensar-se no que se faz e a fazer bem feito e à medida que as pessoas vão aderindo e pedindo mais e mais, vão aparecendo novas ideias e novos projectos. Isto é um óptimo sinal para quem gosta de se divertir mas que não se satisfaz com qualquer coisa.

Já por aqui tinha falado que as pessoas fartam-se cada vez com mais facilidade, é tudo muito efémero e instantâneo, num dia querem ir a um lado e no seguinte vão a outro. Nesse particular as discotecas terão forçosamente que se reinventar sob pena de caírem num espaço de subalternidade onde só vão bandidos ou gerações sub-23. Os primeiros a dar sinais foram precisamente os restaurantes que se transformam em bar dançante. Uma ideia posta em prática já há muitos anos lá fora e que tem cada vez mais seguidores por cá. Nas últimas três semanas assistimos a três grandes festas de aniversário de espaços que se têm evidenciado neste mercado. Primeiro uma “Go wild for a while” que invadiu o Praia no Parque pelo irreverente mundo animal muito por conta da nossa decoração do espaço com traços de selva urbana. Depois foi o Descarado a fazer uma festa com oferta de jantar e bar aberto para alguns convidados escolhidos a dedo e esta semana foi a vez do Palácio do Chiado a comemorar com vários djs e uma programação bem eclética. Três noites, três grandes festas em três semanas diferentes deixaram muito boa gente ávida por convites.

Mas nem só de espaços no centro de Lisboa se vai fazendo a festa e se vão proporcionando fins de tarde e noites mágicas. Já abordei o tema das novas produtoras que vão realizando festas temáticas em que as pessoas encarnam personagens e se volta a respirar o sonho que se vivia e que durante alguns anos se manteve adormecido por conta da democratização da noite. Agora é a vez dos espaços de praia também se aprimorarem e finalmente aparecerem com produtos realmente diferenciadores. Projectos que vimos em Tulum ( México ) ou em algumas ilhas gregas em que tudo circula à volta de uma programação que une o bem estar físico e a mente, onde as pessoas se sentem livres para expressar a sua essência e que promove uma oferta que vai desde a alimentação a sessões de yoga ou de festas ao final da tarde onde cada um pode dar aso à sua imaginação sem estar preso a preconceitos ou estereótipos. Depois do projecto Yamba na praia da Bolina na Costa da Caparica, surge agora a Casa Reia um projecto transformador que virou verdadeiro destaque este Verão.

No dia 1 de Outubro está anunciada uma grande festa no bar da Praia da Princesa também na Costa. O enigmático convite vem com um esqueleto na imagem e pressupõe mais uma festa temática que vai gerando por estes dias muita curiosidade. Os valores praticados vão sendo adaptados a uma nova realidade que cobra caro para quem quer diferente e a qualidade paga-se. Não parece afastar quem quer essa diferença. Em Lisboa mais propriamente na Calçada do Livramento surge também um novo espaço na Casa de Goa. O Go a, em pleno miradouro apresenta um jardim considerável e traz-nos também ele ofertas muito na linha da tal Casa Reia. Prometem assim os novos tempo na capital, que segundo ouvi dizer tem novos e interessantes projectos na calha. Uma nova vida para a cidade que bem precisa.

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